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A virtude que atrai a Deus

Como receber o Céu se, orgulhosos, pensamos ter “direito” a ele? O Reino de Deus é apenas dos que são como crianças, de coração simples e humilde, que tudo esperam receber dos pais, com a confiança de quem sabe não poder nada por si mesmo.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 10, 13-16)

Naquele tempo, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas.

Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos.

No Evangelho de hoje, Jesus diz: “Deixai vir a mim as criancinhas”. Nesta passagem quase poética, Ele está ensinando como modificar o nosso coração para entrar no Reino dos céus. Ele diz com toda clareza: “Em verdade vos digo, quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Essa será a chave de leitura dos episódios que leremos segunda e terça-feira. Primeiro, no episódio do jovem rico: se você não for humilde como criança, será um grande camelo que não passará pelo buraco da agulha. Depois, na terça, os discípulos dizem a Jesus: “Deixamos tudo por amor a ti”; ou seja, como crianças que tudo deixam. Esse é o caminho para entrar no Reino dos céus.

Como interpretar essa realidade do coração de criança? Aqui nós podemos olhar para o Imaculado Coração de Maria, que é a realização deste Evangelho. O coração da Virgem não é soberbo, mas um abismo de humildade. Ela mesma diz no Magnificat: “O Senhor olhou para a humildade de sua serva”. São João Eudes, recordando os Santos Padres, diz que “a humildade de Maria é muito mais preciosa para Deus do que a sua própria virgindade, do que outras qualidades que ela tem”. Deus se sente seduzido pelas mãos vazias de um pobre humilde, de quem não tem nada para oferecer, de quem não tem méritos para apresentar ou, pelo menos, não coloca sua confiança nesses méritos, mas, como um humilde servo, coloca-se despojadamente diante de Deus. Isso é, de certa forma, irresistível. Deus resiste aos soberbos, mas se entrega aos humildes.

Por isso, o caminho para a santidade deve necessariamente passar pela humildade. Como recordava São Filipe Néri aos seus filhos espirituais: siate umili, state bassi, “sejam pequeninos, sejam humildes”. Eis o grande segredo, eis o verdadeiro caminho.

Peçamos a Deus, que o coração humilde e imaculado de Maria Santíssima seja para nós não apenas um modelo, mas também o refúgio ao qual podemos suplicar uma verdadeira humildade: “Mãe Santa, vós sois humilde, e nós tão soberbos nunca entraremos no Reino dos céus se não nos alcançardes a graça de uma humildade semelhante à vossa, para que sejamos como crianças”.

Todos os santos tiveram um coração de criança que, como diz o Salmo 131, entrega-se confiante nos braços de sua mãe. Nós também nos entregamos como crianças, confiantes, nos braços da Virgem Maria e, do seu Imaculado Coração, queremos receber o Reino dos céus para que, junto com ela, nele possamos entrar.

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