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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 15, 1-8)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.

Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.

Fátima é importantíssima porque Deus nos deu uma mensagem, assinando-a embaixo com o milagre do Sol, grande motivo de credibilidade para as aparições. Mas só o milagre não basta. O conteúdo mesmo da mensagem é importante. Por quê? Porque, para que nós possamos crer numa aparição, é necessário que a mensagem dela seja totalmente compatível com o ensinamento da Igreja, isto é, que não venha acrescentar coisas contrárias ou estranhas à fé. Quanto a isso, podemos ter também tranquilidade porque a mensagem de Fátima foi analisada, pensada, rezada, vista e revista ao longo de cem anos, e é evidente: não há nela nenhuma contradição com a fé católica. Muito pelo contrário. Nossa Senhora, com a sua mensagem nas aparições, pôs em evidência verdades de fé que não só estavam quase esquecidas na época, mas que seriam frontalmente negadas depois por muita gente dentro da própria Igreja. Nossa Senhora anteviu a crise de fé que viria mais tarde. É uma das coisas mais extraordinárias de Fátima esse seu caráter profético. Antes mesmo de as grandes crises acontecerem na história e dentro da Igreja, Maria já nos trazia o remédio, o antídoto, como uma Mãe que prepara os filhos para a grande batalha. Novamente, Nossa Senhora aparece como no Apocalipse, uma Mulher vestida de Sol que luta com o restante de seus filhos na batalha contra os anjos malignos. A presença dos anjos é outra característica de Fátima. Afinal, também Nossa Senhora tem seus anjos servidores. De fato, para preparar a aparição e as revelações de Fátima, Deus enviou um anjo um ano antes das manifestações de 1917. Era o anjo de Portugal, o anjo da paz, que apareceu aos três pastorinhos para lhes preparar o coração. Como se deu isso? Eles foram preparados pela oração. Em suas três aparições, o anjo de Portugal fala aos pastorinhos e ensina-lhes concretamente a fazer oração e oração de adoração. Que maravilha! Que fazem os anjos no céu? Adoram a Deus, cantam-lhe hinos de louvor, repetindo sem cessar: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo! Pois bem, o anjo veio trazer às criancinhas de Fátima a mesma atitude de adoradores. A primeira oração que o anjo lhes ensinou mostra isso: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam”. Mas o anjo também foi preparando as crianças, que não tinham ainda feito a primeira Comunhão, sobretudo Francisco e Jacinta, para que soubessem adorar Jesus na Eucaristia. Não é uma adoração a Deus “em abstrato”, mas à presença de Cristo na Eucaristia. De fato, a segunda oração que o anjo ensinou aos três reza assim: “Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido, e pelos méritos infinitos do seu Sacratíssimo Coração e do Imaculado Coração de Maria, peço-vos a conversão dos pobres pecadores”. Trata-se de pôr no centro a realidade da presença de Jesus na Eucaristia. Aqui nós vemos outra vez o caráter profético de Fátima: a Eucaristia será realmente tratada com ultraje, com sacrilégio, com indiferença! Estamos ainda em 1917. Sim, já havia ultrajes, sacrilégios e indiferenças naquela época; mas, se olharmos para a situação de hoje, está tudo muito mais grave. Enorme, incomensuravelmente mais grave! Veja-se, por exemplo, que situação tremenda é o sacrilégio das comunhões de quem não está preparado para comungar. De uns anos para cá, participar da Missa, para muitos, é o mesmo que ter o “direito” a comungar. Se alguém está na Missa, crê só por isso que tem “direito” a entrar na fila da Comunhão. Não interessa como está a alma, não interessa se o fiel está preparado ou não, se está em graça, se em pecado… É triste ver o número enorme de pessoas na fila da Comunhão! Não, não é um consolo, porque, na maior parte das paróquias, não há confissões suficientes para justificar filas tão extensas… Ou seja, as pessoas aproximam-se hoje da Eucaristia para ofender Jesus! Ora, se há padres que descuidam assim de seus fiéis, é porque certamente descuidam assim da própria alma. Não se confessam, e celebram Missa em pecado grave! Mas o anjo de Portugal ensinou aos pastorinhos a sacralidade da Eucaristia. Jesus, nosso Deus, há de ser adorado na santíssima e divina Eucaristia, no augustíssimo Sacramento do Altar, presente nos sacrários do mundo inteiro. Por isso o anjo as ensinou a voarem aos sacrários mais distantes, em lugares onde Jesus está esquecido, não é adorado, é ofendido. É também uma forma de interceder pelos pecadores, pelos mesmos que ofendem o Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. É uma prática importantíssima. E se ela já era necessária em 1916, quando o anjo apareceu, o será muito mais hoje em dia. Façamos, pois, o firme propósito de adorar Jesus no sacrário, de adorar ali a SS. Trindade, que está toda presente onde está qualquer das divinas pessoas. Adorar a Deus e reparar os ultrajes, sacrilégios e indiferenças! Se não temos condições de ir até um sacrário, então visitemos um ao menos espiritualmente. Na aparição, o anjo mostrou-se a Lúcia, Francisco e Jacinta com um cálice contendo o preciosíssimo sangue e uma hóstia consagrada, da qual pingavam gotas de sangue. O anjo então deu a Comunhão a Lúcia da hóstia e do cálice a Francisco e Jacinta. Alguém talvez se pergunte: “Mas anjo pode celebrar a Eucaristia?” Não, é claro que não. Os anjos não celebram a Eucaristia. Mas, nessas aparições extraordinárias, eles podem pegar as espécies de algum sacrário da terra, em algum lugar onde foi celebrada a Missa, e levar a Comunhão. O anjo, pois, levou-a a Lúcia, Francisco e Jacinta, não só para que comungassem, mas para que adorassem. Ele deixou o cálice e a hóstia a levitar no ar milagrosamente e prostrou-se em terra, e as crianças, prostradas com ele, rezaram a oração: “Ó Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu adoro-vos profundamente e ofereço-vos o preciosíssimo corpo, sangue, alma e divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra”. Façamos nós o mesmo! Há uma belíssima sintonia entre a oração do anjo de Portugal e a que o próprio Jesus ensinou a S. Faustina no Terço da Divina Misericórdia. Trata-se de oferecer a Deus aquele supremo ato de amor de Jesus na Santa Missa porque, em cada Missa bem celebrada, bem participada, damos a Deus o amor com o qual Ele quer ser amado. A mensagem de Fátima é atualíssima, importantíssima. Eis o primeiro ponto dela: adoração e reparação. A Eucaristia é presença divina de amor, sacramento em que, infelizmente, muitos não creem e, porque não creem, muitos o ultrajam e ofendem com sacrilégios e indiferenças. Adoração e reparação!

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