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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 8, 19-21)

Naquele tempo, a mãe e os irmãos de Jesus aproximaram-se, mas não podiam chegar perto dele, por causa da multidão. Então anunciaram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem te ver”. Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”.

Se a terra boa de que Jesus nos vem falando ao longo dos últimos dias é aquela que acolhe a semente da Palavra e, pela perseverança, dá fruto em abundância, esse fruto não pode ser de índole diversa da própria Palavra de Deus, ou seja: deve ser um fruto de alguma maneira divino, pois o que germina não pode ser especificamente distinto da semente que lhe dá origem. Por isso, o fruto da Palavra que cai em terra boa não é senão a graça santificante, que, fazendo-nos participar da própria natureza de Deus, nos introduz realmente na família divina. A isso aludem aquelas palavras do Senhor que encerram o Evangelho de hoje: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”. É óbvio que, segundo a natureza humana, somos filhos daqueles nos engendraram; mas, pela participação que a graça nos proporciona na natureza de Deus uno e trino, somos num sentido muito verdadeiro filhos do Pai, portadores de uma nova vida, herdeiros com Cristo da glória eterna. A filiação divina de Jesus, como sabemos, é própria e natural, no sentido de que Ele é realmente Deus e compartilha com o Pai e o Espírito Santo a única, mesma e indivisa natureza divina; nós, ao contrário, somos filhos de Deus por adoção, mas sem que isso signifique uma simples “ficção jurídica”: ao sermos adotados pelo Pai, recebemos também uma participação análoga em sua própria natureza, já que a infusão da graça na essência de nossas almas implica, entre outras coisas, a presença amorosa e amigável de toda a SS. Trindade no “castelo interior” que cada um de nós traz dentro si. Que saibamos preservar esse dom tão grande que é a graça santificante, pela qual vale a pena perder tudo, inclusive esta vida natural. Que Deus nos conceda ainda a força de evitarmos todo pecado grave e todo pecado venial deliberado.

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