Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 7, 6.12-14)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis vossas pérolas aos porcos; para que eles não as pisem com o pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem.
Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!”
No Evangelho de hoje, o Senhor nos fala de como é difícil ser salvo: com efeito, é estreita e pouco frequentada a porta que leva à salvação, ao passo que é bastante larga e usada a que conduz à perdição eterna. De fato, são poucos os que encontram o caminho que leva à vida, porque não há mais que um único caminho, o próprio Cristo, que disse noutro lugar: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6). Trata-se de uma página muito pouco popular do Evangelho nos dias de hoje, porque é uma pá de cal no relativismo religioso, que pensa ser possível ir ao céu por vias distintas, todas igualmentes válidas, apesar de diferentes em aspectos secundários e externos. No entanto, a doutrina católica é clara e constante em afirmar que o homem, que tem não só o direito como o dever de buscar a verdade, tem de abraçar e professar a única religião que Deus revelou, pois é impossível que à Verdade e Bondade suprema seja indiferente a virtude e o vício, a verdade e o erro, a honestidade e a desonestidade, a idolatria dos pagãos e o culto dos cristãos (cf. Pio IX, Encíclica “Qui pluribus”, de 9 nov. 1846; DH 2785), isto é, que lhe seja indiferente que religião professam os seres humanos. Porque se o próprio Deus quis vir ao mundo para, feito homem, salvar o homem por sua cruz e ressurreição, é evidente que não temos a liberdade para escolher outro caminho além do único que Ele estabeleceu para sermos salvos. Por isso, nunca é demais “recordar e repreender o gravíssimo erro, no qual se encontram lamentavelmente diversos católicos, que pensam que chegarão à vida eterna as pessoas que vivem nos erros e afastadas da verdadeira fé e da unidade católica. Essa opinião é decididamente contrária à doutrina católica” (Pio IX, Encíclica “Quanto conficiamur moerore”, de 10 ago. 1863; DH 2865), além de ser uma grave ofensa à verdade de Deus, que não se contradiz nem se compraz com o erro, e aos inúmeros mártires que, no transcurso dos séculos, suportaram os piores suplícios para não se apartarem da verdadeira religião. Alegremo-nos, pois, de termos recebido a graça da fé católica e, fiéis aos nossos compromissos batismais, sejamos pescadores de homens, missionários de Cristo e corajosos defensores da verdade da nossa santa religião, católica e apostólica.
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