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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9,9-13)

Naquele tempo, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.

Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”

Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

Celebramos hoje a festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista, e, claro, todos os anos o Evangelho é o evangelho da conversão de São Mateus, conversão e vocação, porque Mateus, no meio do pecado, é chamado para o apostolado. Mas como nós já refletimos a respeito desse aspecto em outros anos, eu gostaria de recordar uma coisa, um Salmo que é muito frequente nas festas dos Apóstolos: o Salmo 18, que é o Salmo exatamente da liturgia de hoje: “Os céus proclamam a glória do Senhor e o firmamento, a obra de suas mãos. O dia ao dia transmite esta mensagem, a noite à noite publica esta notícia”.

A partir dessa primeira estrofe, nós poderíamos imaginar que o Salmo vai falar da revelação que acontece nas coisas criadas; afinal de contas, é exatamente disso que ele está falando: “Os céus proclamam… o firmamento… a obra de suas mãos”, a criação de Deus; mas logo em seguida vem um verso estranho, em que ele diz: “Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas, seu som ressoa e se espalha por toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz”.

A liturgia da Igreja sempre reconheceu aqui a voz extraordinária dos Apóstolos e evangelistas, ou seja, a realidade misteriosa de que o Verbo eterno, a própria Palavra de Deus, Jesus, para se espalhar pelo mundo, tenha escolhido instrumentos frágeis, humanos e tão miseráveis. Mas nós sabemos, e o sabemos porque sabemos experimentalmente que a Palavra transmitida através dos Apóstolos realmente é um grande mistério. “Não são discursos nem frases ou palavras” quando nós nos convertemos, quando nós ouvimos a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo, que chegou até nós através dos instrumentos frágeis dos Apóstolos.

Façamos uma anamnese, uma recordação, e pensemos: “Como eu me converti? Ah! Foi quando alguém disse aquilo ou pronunciou aquela palavra”. No entanto, não foi nada disso. “Não foram discursos nem frases ou palavras”, e não são vozes que possam ser ouvidas porque, embora haja milhares e milhares de pregadores que continuam transmitindo a única fé apostólica ao longo dos séculos, embora sejam tantos os pregadores, tantos os testemunhos, tantos os mártires, tantos os confessores, tantos os missionários, tantos os apologistas, quando a Palavra de Deus nos atinge, você sabe muito bem: “Não são vozes que possam ser ouvidas”; é mais do que uma voz.

Não foram vozes humanas, não foi a voz de Mateus na sua pregação, não foram as palavras escritas por Mateus com o seu cálamo, mas é uma realidade que se espalha por toda a terra, porque a Igreja é Católica “chega aos confins do universo a sua voz”, essa voz apostólica que continuará ressoando ao longo dos séculos. E não somente nesta vida, mas por toda a eternidade, pois a Igreja não será apostólica somente neste mundo, mas também no Céu.

Por isso o livro do Apocalipse narra a Jerusalém celeste, que desce gloriosa do céu e tem o fundamento de suas muralhas nos Doze Apóstolos, como pedras preciosas que sustentam todo o edifício compacto da Igreja. Meus queridos irmãos, que gratidão pela obra que Deus realizou por esses instrumentos frágeis que são os Apóstolos e pelos grandes méritos que eles alcançaram, pelo grande amor com que amaram o Cristo, um amor que nos alcança não por discursos, frases, palavras ou vozes que possam ser ouvidas, mas por algo que ressoa em nossos corações agora e na eternidade!

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