Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 3, 16-21)
Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.
CRISTO FALA A NICODEMOS DA SS. TRINDADE [1] — Ponto 1. — “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3, 16). Revela Cristo a pessoa do Pai e o amor dele por ti, amor tão grande que não poderia ser maior, ainda que o Pai se entregasse por nós. Adora o Pai, reconhece o seu amor, dá-lhe graças. Paga-lhe amor com amor, sacrifica-lhe tudo quanto agrada não só aos sentidos, mas também à alma. Consagra-lhe todas as tuas potências. Também sobre elas, porque é Pai, tem pleno direito, mesmo que não estejas à altura, por seres adotado, de tão nobre ascendência.
Ponto 2. — “A luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz” (Jo 3, 19). Revela-se Cristo como a pessoa do Filho, atribuindo-se o nome de luz que ilumina todo homem (cf. Jo 1, 9) com doutrina celeste e exemplos. Queres ser filho da luz; tuas trevas, porém, não compreenderam esta luz, isto é, com entendimento, fé viva e imitação fiel. Talvez, no fundo, ames mais as trevas do mundo que os exemplos e a doutrina de Cristo.
Ponto 3. — “O Espírito sopra onde quer e tu podes ouvir a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai” (Jo 3, 9). Revela, por fim, a pessoa do Espírito Santo. Crê, confessa e adora-o; ouve sua voz, porque te fala pelas Escrituras, pelas criaturas, por inspirações. É ingratidão, porém, não saber “de onde vem”, fazendo pouco caso das inspirações e graças que Ele te envia, “nem para onde vai”, não cooperando como deves para o fim a que Ele te quer conduzir. Como estás imerso nesta profunda miséria!
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