Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 44-46)

Naquele tempo disse Jesus à multidão: “O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória de Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina e a primeira santa canonizada de nossas terras. 

É interessante notarmos que a vida de Santa Rosa de Lima é curiosamente semelhante à vida de uma outra santa que viveu séculos antes dela, no outro lado do mundo: Santa Catarina de Sena. De fato, existe uma filiação espiritual, pois Rosa quis dedicar-se a Deus e consagrar-se na Terceira Ordem Dominicana, inspirada no mesmo estilo de vida de Santa Catarina. 

Aqui, vemos que os santos possuem parentescos espirituais e inspiram outras pessoas a buscarem a santidade não somente sendo modelos de virtudes, mas também sendo presença, porque eles agem do Céu como intercessores em nossas vidas. 

Olhemos brevemente para a vida desta pura menina: chamava-se Isabel quando nasceu, mas era tão bela que foi apelidada de Rosa. Contudo, demonstrando desde pequena virtudes extraordinárias e uma graça de intimidade com Deus, ela ficou tomada de espanto ao ser chamada assim e quis deixar esse nome, justamente por ter muita humildade. Então, a própria Nossa Senhora apareceu a ela e disse-lhe que Jesus, seu Filho, gostava muito desse nome e que ela deveria continuar se chamando Rosa, mas acrescentando “de Santa Maria”. Então, Isabel passou a ser chamada de Rosa de Santa Maria, assim como o nome da Virgem Santíssima, a Rosa Mística de Deus. Desse modo, ela começou a ser uma expressão da beleza de Nossa Senhora neste mundo. 

Mas como ela se tornou a expressão de beleza de Maria? Recordemos antes que, ao subir aos céus, Jesus deixou a Virgem Santíssima entre nós. E por que Ele, que amava tanto sua Mãe, quis “torturá-la” deixando-a nesta terra, mesmo sabendo que o coração dela estava totalmente voltado para o Céu? Porque ela precisava, através das suas orações e do seu sofrimento, fecundar a terra onde os Apóstolos iriam semear o Evangelho. 

A evangelização acontece desta forma: quando intercessores que rezam e fazem penitência por seus méritos e por seu grande amor fecundam o trabalho apostólico. Santa Rosa de Lima foi uma dessas pessoas escolhidas por Deus para fecundar os trabalhos apostólicos da grande América Latina, levando uma vida mística no escondimento e dedicando-se à oração e às fortíssimas penitências. Podemos até dizer que ela foi apóstola, através de sua oração e penitência. 

É apenas realizando tais atos que o trabalho apostólico é fecundado. Nesse sentido, não é à toa que a Igreja crê na necessidade das mães espirituais que oferecem oração e penitência para que o trabalho apostólico dos sacerdotes floresça. Assim como a Rosa Mística fez aquilo que a Igreja precisava no início da pregação apostólica, Rosa fez na América Latina aquilo que esta precisava no início das pregações missionárias. 

Então, sejamos também nós rosas de bom odor, oferecendo a Deus o sacrifício da oração e da penitência, e peçamos a intercessão desta grande santa, para que possamos como ela sermos pessoas puras, caridosas e humildes.