CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®

Aproveite a maior promoção do ano!

Descontos regressivos:
quanto antes você assinar, maior o desconto. A partir de 45% na assinatura anual.

  • Descontos diminuem com o tempo;
  • Quanto antes você assinar, maior o desconto;
  • 50 cursos à sua disposição;
  • Biblioteca de livros digitais para complementar seus estudos;
  • Acesso a transmissões exclusivas para alunos;
  • Participação no programa Studiositas;
  • Condição especial na compra dos livros da Editora Padre Pio;
Assine agora
  • 40
  • 41
  • 42
  • 43
  • 44
  • 45
Texto do episódio
02

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 1,39-45)

Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

Comentário exegético

Argumento. — A Virgem bendita, visitada pelo núncio celeste e levando no útero o Filho de Deus, vai à casa de sua parenta a fim de ajudá-la em suas necessidades e congratulá-la pela gravidez (§1: v. 39ss). Recebida por Isabel com grandes elogios (§2: vv. 42-45), Maria prorrompe em ação de graças e entoa a Deus um magnífico cântico de louvor (§3: vv. 46-56).

§1. Visitação de Maria (v. 39ss). — V. 39. Levantando-se (locução hebr. para dar início a uma narração, frequente em Lc: cf. 15,18.20; At 10,20; 12,10) Maria naqueles dias, foi às montanhas (gr. εἰς τὴν ὀρεινὴν, subetende-se χώραν = à região montanhosa) com pressa, devido à alegria que lhe transbordava do coração, e não por duvidar das palavras do anjo. Com efeito, para onde mais haveria de correr a que já era cheia de graça senão às montanhas, perto do céu? (cf. Santo Ambrósio, in Luc. ii 19: ML 15,1640). — A uma cidade de Judá (gr. εἰς πόλιν Ἰούδα = em certa cidade da Judeia). Nazaré está a 4 dias de viagem de Jerusalém (cerca de 140 km).

Quanto ao lugar em que viviam Zacarias e Isabel, há diversidade de opiniões: alguns (sobretudo os medievais) pensam que se trata de Jerusalém; outros (muitos nos sécs. XVI–XVII), de Hebrom, que estava nas montanhas de Judá; outros, em vez de Judá, leem Juta ou Jutta (talvez a atual Yatta, a cerca de 13 km ao sul de Hebrom), mencionada em Jos 15,48-60; 21,16, cidade sacerdotal localizada em região montanhosa. Uma antiga tradição, nascida por volta do séc. VI, situa a casa de Zacarias em ‘Ain-Karim (cf. Jos 15,59, segundo os LXX), a cerca de 7 km a sudoeste de Jerusalém. É a opinião majoritária dos palestinólogos atuais.

V. 40s. E após quatro dias de viagem, entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel, como exigiam as normas de hospitalidade. ‘Veio uma parenta encontrar-se com outra, uma jovem com uma idosa. Não só veio como também a saudou primeiro. Pois convém que, quanto mais casta for a virgem, tanto mais seja humilde. Soube ela servir aos mais velhos. Seja pois mestra de humildade a que professa castidade’ (Santo Ambrósio, in Luc. ii 22). — Ora, aconteceu que, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seu ventre, o que se deve entender não como um dos movimentos naturais (próprios da gestação) com que as crianças, ainda encerradas no seio materno, devido a certas emoções ou perturbações da mãe, às vezes parecem saltar (cf. Gn 25,22), mas como a alegria sobrenatural com que João, movido pelo Espírito Santo, reagiu à presença do Redentor e de sua Mãe virginal. Essa moção extraordinária do Espírito Santo estendeu-se à alma não só do Precursor, mas também de sua mãe: e Isabel ficou cheia do Espírito Santo, i.e. iluminada com luz sobrenatural para conhecer os divinos mistérios que se tinham realizado havia pouco em Maria (1).

§2. Saudação de Isabel (vv. 42-45). — V. 42. E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre todas as mulheres (cf. v. 28), e bendito é o fruto do teu ventre, quer dizer, a) isento de toda maldição e pecado, b) cumulado de todos os dons da natureza e da graça é o teu Filho! Alguns intérpretes opinam que a conjunção e não tem valor aditivo, mas explicativo, i.e. equivale a um porque (καί epexegético, lt. et = enim), de forma que a razão por que Maria é chamada bendita entre as mulheres é a dignidade e santidade de Cristo, ou seja, a bênção do Filho é causa e razão da bênção da Mãe. Com efeito, assim como a glória dos filhos são os pais (Pr 17,6), também a honra daqueles redunda nestes.

V. 43. Donde (subentende-se: me vem; lt. evenit, gr. γέγονεν) a mim esta dita, que (lt. ut, gr. ἵνα não final, mas em lugar do inf. = a dita de vir etc.) a Mãe do meu Senhor venha ter comigo? A pergunta, provavelmente retórica, é sinal de um espírito humilde, maravilhado pela a grandeza quase infinita da Mãe de Deus (cf. Santo Tomás de Aquino, STh I 25, 6 ad 4) e ciente, ao mesmo tempo, da própria humildade e indignidade, como se dissesse: ‘Como poderia eu merecer tamanha honra?’ — Do v. 44 se pode concluir que a voz de Maria foi como um veículo por meio do qual a graça do Espírito Santo foi concedida a João e a Isabel, de sorte que aqui parece estar contida, de modo mais ou menos implícito, a função mediadora de Nossa Senhora na distribuição das graças.

V. 45. Ao mesmo tempo, louva a fé de Maria: Bem-aventurada aquela que acreditou (ἡ πιστεύσασα), porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu. A construção é algo ambígua, pois não deixa claro como se deve interpretar a conjunção porque (gr. ὅτι, lt. quia), i.e. se a conexão é Bem-aventurada . . . porque será cumprido, ou: Acreditaste . . . porque (i.e. uma vez que) será cumprido. A primeira leitura parece ser a mais óbvia. ‘Vê que Maria não duvidou’ ao dizer: Como se fará isso?, cf. Lc 1,34, ‘senão que acreditou, e por isso alcançou o fruto da fé’ (Santo Ambrósio, in Luc. ii 26).

Referências

  1. É sentença comum entre os católicos que nesse v. cumpriu-se o profetizado meses antes por Zacarias (cf. Lc 1,15): João Batista recebeu a justificação ao ser purificado do pecado original. A razão é que a graça santificante (que implica, entre outras coisas, o dom do Espírito Santo e a inabitação trinitária) não pode coexistir com o pecado, quer original, quer mortal (cf. M. Wouters, dilucid. ⅴ 1 3). Diz a esse respeito Santo Atanásio de Alexandria: ‘Muitos foram santos, puros de todo crime. Com efeito, Jeremias foi santificado desde o útero (cf. Jr 1,5), e João, enquanto ainda era gestado pela mãe grávida, exultou de alegria à voz da Virgem deípara’ (serm. 4 contra Arianos). O Angélico pensa o mesmo: ‘Encontramos que a alguns outros foi privilegiadamente concedido santificar-se no útero, como Jeremias . . . e assim como João Batista’ (STh III 27, 1c.).

O que achou desse conteúdo?

Mais recentes
Mais antigos
Texto do episódio
Comentários dos alunos