Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 47-53)
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. Compreendestes tudo isso?”. Eles responderam: “Sim”. Então, Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.
Celebramos hoje, com grande alegria, a memória de Santo Inácio de Loyola, um nobre e guerreiro valente que, durante a recuperação de uma grave lesão que ocorreu em uma batalha em Pamplona, encontrou o tesouro escondido: a Verdade, que é Jesus. Assim, percebeu que todas as honras e as glórias que buscava no mundo eram como uma pequena chama diante do braseiro ardente do amor de Cristo.
O que aconteceu no leito de dor onde Inácio de Loyola estava se recuperando é um mistério que só sabem descrever aqueles que viveram a experiência de ter Jesus lhes falando no fundo de suas almas. As pessoas que não tem fé e não encontraram Nosso Senhor acham que isso seja uma espécie de “autoconvencimento”: “Ah, vocês se iludem na tentativa de encontrar consolações”. Mal sabem que, quando encontramos o tesouro precioso, que é Jesus, há difíceis exigências!
Claro, Jesus toca o nosso coração de uma forma suave, doce e bondosa, mas, ao mesmo tempo, é um toque inquietante e desafiador que faz com que sintamos a necessidade de deixar tudo por Ele. Essa é a verdade da profunda experiência da fé. Mesmo as pessoas casadas, que têm esposa, marido ou filhos, ao serem tocadas pela presença de Jesus Ressuscitado, desejam abandonar tudo.
É evidente que isso não significa que devemos abandonar nossa família ou vender todos os nossos bens — a não ser que tenhamos um chamado à vida religiosa — mas, às vezes, é preciso um desapego, onde percebemos que os tesouros mais lindos deste mundo não passam de palha diante de Cristo.
Inácio de Loyola, encontrando em meio à sua dor o tesouro escondido, saiu alegremente como peregrino em busca da vocação que Deus tinha preparado para ele desde toda a eternidade e entregou-se como um verdadeiro soldado de Cristo para expandir a fé católica nos continentes que estavam sendo descobertos (como o Brasil) e para defender a fé católica no velho Continente, onde ela estava sendo desprezada pelos protestantes.
Peçamos, portanto, a intercessão deste grande santo para que nos ajude a trilhar o caminho árduo do tesouro escondido, que, no fim, irá nos levar Àquele que é a razão de nosso ser e a nossa suprema alegria: Jesus Cristo.




























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