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Igreja, um mistério maior do que nós

“A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 13, 18-21)

Naquele tempo, Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.

No Evangelho de hoje, o Senhor compara o Reino de Deus, isto é, a Igreja Católica, a um grão de mostarda. Trata-se de uma das muitas figuras de que Jesus lança mão para expressar a riqueza inabarcável do mistério da Igreja, comparada por Ele noutras ocasiões a uma semente (cf. Mt 13, 4.24), a um tesouro escondido num campo (cf. Mt 13, 44), a uma pérola preciosa (cf. Mt 13, 46) e a uma rede lançada ao mar (cf. Mt 13, 47). Todas essas imagens salientam, ao seu modo, algum aspecto da Igreja, e o que o símile do grão de mostarda quer pôr de relevo é: a) a sua milagrosa fecundidade: “A semente cresce” e, de seus tênues inícios com Cristo e a pregação dos Apóstolos, “torna-se uma grande árvore”, cuja admirável propagação, somada à sua inexausta abundância em todo gênero de bens, é testemunho irrefragável de sua missão divina (cf. Concílio Vaticano I, Constituição Dei Filius, c. 3); b) a sua irrestrita universalidade, como se fôra um grande cedro sob cujos galhos “as aves do céu”, ou seja, homens de todas as raças, línguas e nações, “fazem ninhos” e encontram em seus frutos, quer dizer, nos sacramentos, na pregação do Evangelho e no exemplo de vida e santidade de seus membros, o ambiente propício ao seu pleno desenvolvimento espiritual; e c) a sua incompreensível grandeza, tão elevada que nem nós, tão pequenos, somos capazes de consertá-la nem o diabo e os inimigos de Cristo têm o poder de destruí-la. E tudo isso porque este Reino não é dos homens, mas de Deus, que da mínima hortaliça, desprezível aos nossos olhos, fez surgir uma árvore frondosa, contra a qual não hão de prevalecer nem a borrasca das perseguições nem a aridez do ódio nem a malícia dos maus hortelãos: “O meu Reino não é deste mundo” (Jo 18, 36).

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