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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 18, 15-20)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público.
Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.

No Evangelho de hoje, Jesus nos ensina como corrigir os nossos irmãos. O contexto do Evangelho é aquele de um discurso de Jesus dirigido aos seus discípulos.

Jesus já viu que os Apóstolos compreenderam quem Ele é, sobretudo depois da profissão de fé de São Pedro, no capítulo 16 do evangelho de São Mateus. Agora, no capítulo 18, em que a Igreja vai ser edificada sobre aquela fé de Pedro, Jesus quer nos ensinar a sermos um só Corpo e a compreendermos que, enquanto Igreja, somos uma comunidade, no sentido bem profundo dessa palavra, uma unidade. Ou seja, devemos nos relacionar com o outro como uma parte de nós mesmos: somos membros de um só Corpo, o Corpo de Cristo, por isso, devemos cuidar daquilo que é a realidade mais importante para nós, a nossa salvação eterna.

Nesse sentido, é importante entendermos de que tipo de correção Jesus está realmente falando neste Evangelho. Nós precisamos corrigir o irmão? Sim, com certeza; mas buscando a salvação eterna dele, e isso é muito importante.

Não podemos perder essa razão de ser da Igreja, porque, infelizmente, existe uma tendência de esvaziar o Evangelho para realidades intramundanas, como se Jesus estivesse nos ensinando uma espécie de “norma comunitária” pura e simplesmente, no sentido raso da palavra “comunidade”, compreendida como uma pequena sociedade intramundana, com suas regras sociais.

Mas Jesus não está fazendo isso. Ele está nos pedindo muito mais: quer que sejamos um só Corpo com Ele, e isso é a Igreja. A Igreja é a continuidade do Ressuscitado ao longo da História; e nós, membros da Igreja, precisamos ter em foco essa realidade de que o fim último, a razão de ser da nossa vida, é a nossa comunhão com o Cristo, nossa unidade com Ele. Por isso, Jesus disse a Pedro: “O que ligares na terra, será ligado no Céu; o que desligares na terra, será desligado no Céu”. Isso quer dizer que a Igreja é uma unidade aqui na terra que remete a outra unidade lá no Céu, com Cristo.

O irmão pecou? É necessário, sim, corrigi-lo; mas corrigi-lo porque ele tem a alma em perigo. E, exatamente porque está com a alma em perigo, por viver em situação de pecado, ele também significa um perigo para os pequeninos ao redor, que podem se escandalizar e também buscar o pecado e a perdição. Por isso, o foco da correção não pode ser apenas reparar uma injustiça pessoal, deste mundo, que alguém cometeu contra nós, mas deve ser a salvação daquele que cometeu essa injustiça.

Tendo essa premissa em nossa mente e em nosso coração, podemos agir de forma diferente. Você vai corrigir o irmão por quê? Se for apenas para obter justiça de qualquer forma, então você primeiro corrige o irmão em separado; se não adiantar, depois chama duas testemunhas; e, se mesmo assim não mudar, excomunga-o. Basta seguir a cartilha como está no Evangelho.

Mas, se a finalidade for a salvação eterna do irmão — o que você precisa fazer para não desistir dele e salvá-lo —, você tem de corrigir sabendo: “Pobre do meu irmão, ele vai se perder”. Além disso, precisa fazer isso com o coração de Cristo, tentar salvá-lo, corrigi-lo e convertê-lo, enfim, tentar ganhá-lo para o Céu.

Resumindo: o Evangelho de hoje é um método de como devemos ganhar os nossos irmãos para o Céu, seguindo o que o próprio Senhor nos disse: “Buscai primeiro o reino de Deus e tudo o mais será acrescentado” (Mt 6,33).

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