Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11,29-32)
Naquele tempo, quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração,e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
No Evangelho de hoje, Jesus repreende sua geração, má e perversa, porque busca um sinal, ou seja, o sinal é o próprio Cristo, e nós precisamos simplesmente ter fé. Para entender esse Evangelho, seria interessante procurar outros paralelos.
O evangelho de São Lucas nos fala, por exemplo, da famosa parábola do pobre Lázaro e do rico epulão. Na parábola, o rico, do inferno, pede ao pai Abraão: “Envia Lázaro para que os meus irmãos tenham um sinal porque, se alguém ressuscitar dos mortos, eles crerão”, então Jesus conclui a parábola de uma forma bastante triste, reconhecendo que, “mesmo se alguém ressuscitar dos mortos, eles não irão acreditar”.
Isto que Jesus diz triste e laconicamente na parábola, infelizmente, foi uma realidade até mesmo histórica. Por quê? Porque o evangelho de São João lembra que houve um Lázaro histórico, um Lázaro que, de fato, ressuscitou, e mesmo assim os fariseus não creram. O evangelho de São João recorda que, depois que Lázaro ressuscitou, os chefes dos fariseus planejaram matar Lázaro, tal era a maldade do coração deles! Planejaram matar Lázaro para esconder a evidência, o milagre, a prova de que eles eram obrigados a crer.
Pois bem, voltemos ao Evangelho de hoje: “Esta geração má e perversa pede um sinal”. Existem pessoas que gostariam de crer em Jesus, mas querem evidências, querem provas… Mas o problema é o seguinte: se o seu coração estiver fechado, você não irá crer, mesmo que lhe sejam dadas as provas e os sinais mais evidentes!
Sim, essa é a tristeza. Isso é uma constatação histórica. Os fariseus tinham todos os sinais. Jesus cumpriu todas as profecias, realizou todos os sinais, e no entanto eles o mataram. Mas por que isso? Porque, na realidade, quando aceitamos Cristo, temos de mudar de vida, e as pessoas não querem mudar, não querem ser incomodadas!
Jonas foi um sinal para os ninivitas, e os ninivitas se converteram. Um grande milagre aconteceu em Nínive exatamente porque um profeta — profeta, assim, de má vontade, que não queria que a cidade se convertesse… — atravessa a cidade, e milagrosamente as pessoas se convertem! Por quê? Porque havia ali um coração bom, um coração aberto, embora o sinal — o sinal de Jonas — fosse “inadequado”, porque ele era um profeta que não estava querendo a conversão do povo.
Agora, para a nossa geração, nós temos outro sinal, muito mais extraordinário, muito mais potente, porque nós não temos um profeta de má vontade, nós temos ao Deus de misericórdia que se fez homem, se fez carne, viveu no nosso meio, morreu por nós, ressuscitou dos mortos, e se nós não crermos nisso, é porque o nosso coração é muito mau.
Então, o Evangelho de hoje nos ensina essa verdade dramática, triste e feliz ao mesmo tempo, ou seja, triste porque, se o nosso coração é mau, nenhum milagre será capaz de demovê-lo de sua maldade; mas feliz porque, se nós realmente nos abrirmos ao amor, creremos e receberemos do Cristo a boa-nova do Evangelho, e não somente: a salvação. Abra o seu coração, creia e dê o passo da fé!
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