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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 14-17)

Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.

Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.

A Deus sapientíssimo, “rico para com todos os que o invocam” (Rm 10, 12), que “apascenta entre os lírios” (Ct 2, 16) e diante do qual “não há distinção de pessoas” (Rm 2, 11), aprouve ornar com a palma do martírio e o lírio da virgindade a santa cuja memória a Igreja hoje celebra, a humilde menina Maria Goretti, que passou por este mundo sem os faustos chamativos de uma vida célebre, mas enriquecida com os dons do Espírito Santo e digna de ser proposta como exemplo de pureza e fortaleza heróicas a todos os fiéis, especialmente aos jovens, dos quais não poucos hoje em dia, atraídos pelas vaidades do mundo, temerariamente põem em risco a salvação da própria alma e dificultam, por seus maus hábitos, a chance de frutuosa penitência. Foi um grande e estupendo milagre, que admirou o mundo inteiro, a coragem de S. Maria Goretti, uma pobre menina vinda de uma família de lavradores que, antes de completar doze anos, preferiu morrer pela castidade a deixar-se inquinar pela impureza de seu algoz. No dia 5 de julho de 1902, resistindo fortemente às violentas insinuações de Alessandro Serenelli, por quem fora tentada mais de uma vez, Maria foi lançada ao chão e apunhalada quatorze vezes. Morreu no dia seguinte em odor de santidade, mas não antes de perdoar ao seu assassino. O povo a proclamou mártir, a Igreja a declarou beata em 1947 e Pio XII a elevou às honras dos altares em 1950. — Que o exemplo desta santa menina, cujo pudor heróico mereceu a conversão inclusive de seu assassino, possa sempre nos lembrar que, com o auxílio da graça divina, nos é possível, sim, viver generosamente todas as virtudes cristãs e que a castidade, longe de ser uma “castração neurotizante”, é pelo contrário uma fonte de energia e vitalidade, que põe em ordem os nossos afetos e nos capacita para amar o que deve ser amado, como deve ser amado e na medida em que deve ser amado.

Notas

  • O texto desta homilia se baseia parcialmente em dois documentos da antiga Sagrada Congregação dos Ritos, de 11 dez. 1949 e 12 jan. 1950, assinados pelo seu então prefeito Card. Clemente Micara, nos quais se descrevem os milagres atribuídos a Maria Goretti e se dá prosseguimento ao seu processo de canonização (cf. AAS 42 [1950] 312.331).
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