Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 15, 21-28)
Naquele tempo, Jesus retirou-se para a região de Tiro e Sidônia. Eis que uma mulher cananeia, vindo daquela região, pôs-se a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim: minha filha está cruelmente atormentada por um demônio!” Mas, Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: “Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós”.
Jesus respondeu: “Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: “Senhor, socorre-me!” Jesus lhe disse: “Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos”. A mulher insistiu: “É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!” Diante disso, Jesus lhe disse: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!” E desde aquele momento sua filha ficou curada.
A Igreja celebra hoje a memória de S. Domingos de Gusmão, chamado por Deus para, com a luz da fé e da razão, iluminar os corações não só dos fiéis de sua época, mas de todos os que ao longo dos séculos receberiam a influência benfazeja da Ordem dos Pregadores, por ele fundada em 1216. Nascido na Espanha em 1170, S. Domingos viveu em uma época dramática na história da Europa, cuja estabilidade tanto civil quanto religiosa se via ameaçada pela heresia dos albigenses ou cátaros, “bons homens” que, sob a aparência de uma virtude heróica e de extremada penitência, destilavam entre os fiéis mais simples o veneno da mentira e das falsas doutrinas. Atraindo o povo com a prática externa de duras mortificações, tão em contraste com os costumes relaxados do clero de então, os cátaros dissuadiam os fiéis de receber os sacramentos e, deste modo, fechavam-lhes para sempre as portas do céu. Sem o consolo da Confissão, o conforto da Extrema Unção e o sustento diário da Eucaristia, os cristãos vendidos ao catarismo preferiam confiar nas próprias forças a valer-se destes instrumentos da graça e misericórdia divinas que são os sacramentos, instituídos por Cristo para a nossa santificação e salvação. Desolado diante do perigo que essa heresia significava para o bem espiritual dos fiéis, S. Domingos fundou sua conhecida ordem religiosa, cujos membros tinham por missão desmascarar à vista de todos o erro dos albigenses e, pela pregação da verdade, fazer brilhar nos corações a luz da sã doutrina, a fim de que todos, arrebanhados no seio da Santa Igreja, tivessem fácil acesso aos canais da graça, frutos do sacrifício redentor da cruz.
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