CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®
Texto do episódio

Texto do episódio

imprimir

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 1-12)

Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.

E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos”. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.

Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.

Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.

S. Francisco de Assis, com seu coração seráfico, é um exemplo extremado do que é um homem verdadeiramente evangélico, configurado de corpo e alma ao mistério de Cristo em toda a sua plenitude. Numa época em que se vivia o cristianismo mais como “cultura dominante” do que como convicção profunda, o poverello soube enxergar com singular clareza qual era a raiz das crises por que então passava a Igreja Católica: tratava-se do fenômeno — por assim dizer — do “cristão de carteirinha”, daquela vida de fé limitada ao cumprimento, às vezes puramente legal, do mínimo do mínimo. Pode-se dizer que, tanto entre os leigos como entre os clérigos, o catolicismo que então se praticava não era mais do que medíocre, acomodado, e como na vida espiritual parar equivale a regredir, não é de estranhar que os cristãos da época vivessem na mais desgarrada mundanidade. Mas Francisco sabia, como toda alma enamorada de Cristo, que o Evangelho — sine glossa, livre de interpretações frouxamente amenas — é um desafio heróico, que ou se aceita na integridade ou se se rejeita em bloco. Não porque todos os cristãos, indiscriminadamente, devam sentir-se obrigados a vender tudo o que têm, trajar um pano velho e viver de esmola, mas porque sem esse espírito de generosa entrega de si é muito difícil ser um cristão autêntico. Deus não nos fez para a mediocridade, para contentar-nos com aquele “minimum” sem o qual não podemos entrar no céu. Ele nos quer salvos, mas também nos quer santos, e quem em bom juízo ousaria pensar, tendo diante dos olhos a história da Igreja, que os santos se destacaram só por fazer o que todos já fazem, por não ir além do que a todos é exigido? Que, a exemplo de S. Francisco de Assis e apoiados no auxílio da graça, possamos assumir de coração nossa vocação à santidade, à perfeição no amor, a tudo sacrificar por amor a Deus, que tanto se sacrificou, fazendo-se como um de nós, para que pudéssemos um dia, glorificados no céu, participar daquilo que Ele mesmo é.

Material para Download
Texto do episódio
Material para download
Comentários dos alunos

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.