Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 20, 27-40)
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. Também o segundo e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.
Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.
A Igreja celebra hoje a memória de S. André Dung-Lac e seus companheiros mártires, assassinados por fidelidade a Cristo em meados do século XIX na Indochina, no atual território do Vietnã. Entre esses heróis da fé — foram 117 ao todo — contava-se S. João Teófanes Venard, missionário francês cujo testemunho de constância e alegria durante as perseguições do imperador Tu-Duc grande impacto tiveram na vida de S. Teresinha do Menino Jesus. Nascido em Poitiers em 1829 e ordenado presbítero em 1852, Teófanes partiu para o Vietnã neste mesmo ano, ciente da cruel perseguição que naquelas terras se abatia sobre os servidores do Evangelho. Apesar da santa prudência com que buscou difundir a mensagem cristã, Teófanes acabou capturado aos 30 de novembro de 1860, dia de S. André. Encarcerado em uma jaula feita de paus de bambú, Teófanes aproveitou seus últimos momentos para acrisolar, na paciência e na docilidade ante seus inimigos, o ardente amor a Cristo que o levara àquelas terras pagãs. Suas cartas, escritas na prisão como muitas de S. Paulo, logo ecoaram na França, causando tal espanto e admiração entre os fiéis que um bispo chegou a dizer que, na prisão, Venard mantinha o coração alegre como um passarinho engaiolado. O jovem sacerdote esperou ardentemente a hora do martírio. Foi no dia 2 de fevereiro de 1861, quando ele contava pouco mais de 30 anos, que o algoz que o iria decapitar, vendo suas roupas e interessado em tomá-las para si, perguntou-lhe: “O que me darás para que te mate o mais rápido possível e sem sofrimento?” O jovem mártir respondeu: “O quê? Não! Quanto mais longo o suplício, melhor”, pois sabia muito bem que era por Cristo, nosso pacientíssimo Salvador, que ele haveria de sofrer. Vendo já abertas as portas do paraíso, Teófanes não teve medo de erguer a cabeça, dispondo-a para ser arrancada pelo carrasco, a fim de receber no céu o prêmio de sua coragem e o descanso merecidos aos que trabalham na vinha do Senhor. Confiando-nos hoje às preces de S. João Teófanes Venard, peçamos a Deus que nos conceda a graça de, mantendo-nos alegres em meios às provações, perseverarmos até o fim na fé com que Ele tão bondosamente nos arrancou às trevas do erro e da ignorância.
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