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Memória do Beato Inácio de Azevedo e companheiros mártires

O mistério de Cristo redentor, único mediador principal, não exclui — antes, pelo contrário, torna até mais conveniente — a existência de mediadores secundários e corredentores, como são os santos mártires.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 12, 1-8)

Naquele tempo, num dia de sábado, Jesus passou pelas plantações de trigo. Seus discípulos estavam com fome e começaram a arrancar espigas para comer. Vendo isso, os fariseus disseram-lhe: “Olha, os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!” Jesus respondeu: “Nunca lestes o que fez Davi, quando ele teve fome e seus companheiros também? Ele entrou na casa de Deus e todos comeram os pães da oferenda, que nem a ele, nem aos seus companheiros era permitido comer, mas unicamente aos sacerdotes? Ou nunca lestes na Lei, que em dia de sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e não são culpados? Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o templo. Se tivésseis chegado a compreender o que significa, ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios’, não condenaríeis inocentes. De fato, o Filho do Homem é Senhor do sábado”.

Hoje, a Igreja celebra a memória do bem-aventurado Inácio de Azevedo e companheiros mártires, missionários jesuítas vindos ao Brasil no séc. XVI e mortos por calvinistas franceses antes mesmo de desembarcarem em nossas terras. Foi decerto por causa desse sangue derramado que as missões jesuíticas puderam aqui prosperar, convertendo à fé cristã um sem número de indígenas. Prova disso é o fato de, já em 1574, somente quatro anos após o martírio, já se celebrarem no Brasil missas em honra destes soldados da Companhia de Jesus. O martírio desses quarenta beatos, se de um ponto de vista puramente humano não parece mais do que um “fracasso”, de uma perspectiva cristã consiste em uma estrondosa vitória. Porque evangelizar não é uma “jogada de marketing”, baseada em estratégias retóricas e de propaganda, mas uma ação da graça, uma iniciativa de Deus, que quer servir-se de homens unidos ao sacrifício de Cristo crucificado, conforme aquilo de S. Paulo: “O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu Corpo que é a Igreja” (Col 1, 24). Não porque falte algo ao sacrifício do Calvário, cujo valor é infinito e superabundante, mas porque as graças que lá foram conquistadas pelo Deus-Homem, o Pai as quer comunicar mediante instrumentos humanos, membros do Corpo místico de seu Filho. O martírio, nesse sentido, é uma forma de, em união com Cristo e em dependência dele, único Mediador principal, merecer de Deus as graças que só por este meio Ele dispôs conceder. É por isso que podemos dizer que o beato Inácio e seus companheiros salvaram mais almas morrendo por Cristo do que teriam salvado se houvessem desembarcado ilesos.  — Que eles, coroados no céu com a palma do martírio, intercedam continuamente por nós, a fim de que no Brasil não desapareça nunca a fé que eles vieram pregar e sempre haja homens prontos a seguir o exemplo que nos deixaram com sua fortaleza, agarrados devotamente ao manto de Maria SS., salvação do nosso povo.

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