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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10,21-24)

Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.

Celebramos hoje a Memória de São Francisco Xavier, que, juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, é Padroeiro das missões.

No Evangelho, Jesus louva a Deus Pai por dar a conhecer aos pequeninos os mistérios do reino: “Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Lc 10, 22). É o grande mistério da evangelização. Antes que os missionários saiam de casa, Deus já está trabalhando nos corações, porque as pessoas se convertem interiormente pelo Mestre interior, Jesus Cristo, presente em todos os corações humanos como graça suficiente. 

Graça suficiente é a quantidade mínima da graça divina necessária para que uma pessoa que nunca ouviu falar de Jesus — como os pagãos da Índia e da China evangelizados por São Francisco Xavier — consiga, ao ouvir o pregador, dizer “sim” a Jesus, sendo auxiliada por Deus para se converter. Embora a graça suficiente dê início ao processo de conversão, ela não é o bastante para que a pessoa seja salva. Para isso, é necessária a graça santificante, que só recebemos pelo Batismo. Este último, de acordo com a Igreja, é necessário ao menos em desejo e também para o perdão dos pecados, obtido no sacramento da Confissão, ou Reconciliação. 

Por esse motivo, São Francisco Xavier foi até o outro lado do mundo para anunciar o Evangelho. Ele mesmo dizia, com dor e entusiasmo missionário, que iria pelas universidades da Europa pegando as pessoas pela gola para dizer: “Quantas almas estão se perdendo no Oriente! Embora tenham graça suficiente, não têm quem lhes pregue e, por causa disso, não se convertem, não pedem o Batismo e não chegam ao caminho da salvação”. 

Miseravelmente, muitos têm preguiça de acreditar que essa situação é verdadeira, achando mais cômodo continuar no “cristianismo burguês”, sem ardor nem zelo missionário, e dizer como alguns teólogos modernos: “Todos os seres humanos receberam a graça de Cristo. Portanto, todos são cristãos anônimos: nem sabem quem é Cristo, mas serão salvos”. Ora, se isso fosse verdade, missionários como São Francisco Xavier teriam vidas ridículas, e não vidas a serem imitadas; e as mortes dos mártires que não quiseram ofender a Cristo voltando ao paganismo originário seriam em vão.

Ora, se nós estamos na mesma Igreja desses santos que, durante séculos, fizeram o que a Igreja Católica sempre fez, então só existe uma atitude a ser tomada: ficar extremamente incomodados de ver tantas pessoas se perdendo por não possuírem a graça santificante de Cristo e, por isso, não poderem se salvar.

Que São Francisco Xavier interceda por nós e nos desperte do nosso torpor, a fim de que nós ajudemos Nosso Senhor a ser conhecido entre todos. Ele é Aquele que quer revelar o Pai e deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade; mas, para isso, Ele quer a nossa colaboração.

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