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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
6, 7-15)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

"Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.

Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.

De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes".

Na Oração dominical, Jesus ensina a nos dirigirmos a nosso Pai, que está nos céus. Esta primeira invocação, além de destacar a sublimidade de Deus, que está acima de toda criatura, pode ser entendida, como comenta Santo Tomás [1], como uma referência ao espírito dos justos, em cujas almas, pela fé e pela graça (cf. Ef 3, 17; 1Jo 4, 16), o Senhor faz a sua morada: "Permaneceis entre nós, e é o vosso nome que trazemos" (Jr 14, 9); a própria Escritura Sagrada assim dá a entender, ao comparar, numa bela expressão do salmista, os santos com os céus: "Narram os céus a glória de Deus" (Sl 18, 2). A mesma idéia está presente naquelas palavras de Cristo que nos recomendam o silêncio e o recolhimento, duas condições indispensáveis aos momentos de oração, ou seja, de encontro pessoal com Aquele que vive em nós: "Quando orares, entra no teu quarto" — quer dizer, em teu coração —, "fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á" (Mt 6, 6).

Esta é uma experiência que todos podemos fazer, sobretudo ao recebermos com verdadeira fé e devoção a Jesus Sacramentado, que, tocando-nos fisicamente com o seu Corpo sacratíssimo, vem habitar no mais íntimo de nós, no nosso pequeno céu interior, em que toda a Santíssima Trindade tem a sua morada (cf. Jo 14, 23). Este mesmo contato com o Senhor, podemos e devemos revivê-lo várias vezes por dia, renovando nossa fé em sua presença; implorando ao Espírito Santo, doce hóspede da alma, que forme em nós Aquele cujo Corpo formara no seio da Virgem Mãe; tendo, enfim, sempre em mente que Jesus é, verdadeiramente, Deus conosco, não só por sua Encarnação, mas também pela presença atuante de sua graça em nós, membros dEle. Peçamos, pois, a Nosso Senhor que nos ajude, ao longo desta Quaresma, tempo de penitência e reparação, a ter também uma vida de mais intensa e profunda oração, de contato cada vez mais íntimo com Aquele que encontra em nós o seu jardim de delícias.

Referências

  1. Cf. Santo Tomás de Aquino, Expositio in Orationem Dominicam, proœ.
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