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O nome pelo qual somos salvos

“Por isso, Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos abismos, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

Texto do episódio
946

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1, 29-34)

No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Dele é que eu disse: Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque existia antes de mim. Também eu não o conhecia, mas se eu vim batizar com água, foi para que ele fosse manifestado a Israel”.
E João deu testemunho, dizendo: “Eu vi o Espírito descer, como uma pomba do céu, e permanecer sobre ele. Também eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, este é quem batiza com o Espírito Santo’. Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!”

No décimo dia após o Natal, a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Nosso Senhor. Trata-se de uma devoção que não está no Calendário geral, mas que nós podemos celebrar. No Missal, inclusive, temos uma Missa votiva do Santíssimo Nome de Jesus, com suas respectivas leituras no Lecionário. É uma celebração de grande profundidade.

No livro do Êxodo, Deus revelou o seu Nome a Moisés na sarça ardente, dizendo: “Eu sou o que sou… Assim dirás aos filhos de Israel: Eu sou me enviou a vós” (3, 14). Nesse contexto, o Senhor está explicando que Ele é a fonte e a presença ativa de todas as criaturas. Esse nome — “Eu sou” — foi guardado com zelo e devoção pelos judeus, que lhe tinham muita reverência. O Nome divino também está em “Jesus” (Yeshua, em hebraico), que quer dizer “Deus salva”, ou “Deus salvador”.

A Carta de São Paulo aos Filipenses nos diz claramente que Nosso Senhor recebeu um Nome exaltado por Deus sobremaneira, “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos abismos, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fl 2, 10s). Logo, toda a liturgia terrestre e celeste proclama o triunfo do grande Nome de Jesus. 

A devoção a esse Nome sempre existiu na Igreja. Tanto que, na liturgia, nós inclinamos a cabeça diante do Nome de Jesus e dobramos o joelho em várias ocasiões, porque não é somente um Nome, mas a própria presença dele, de forma que os Apóstolos curavam os doentes em Nome de Cristo. 

Quando os Apóstolos foram chamados diante do Sinédrio para ser julgados, os sacerdotes do Templo em Jerusalém disseram: “Não vos ordenamos expressamente que não ensinásseis em Nome de Jesus? E no entanto enchestes Jerusalém com a vossa doutrina, e quereis fazer cair sobre nós o sangue deste homem” (At 5, 28). Então esses santos homens saíram dali alegres, porque estavam sofrendo pelo Nome de nosso Redentor. 

É isso o que a Igreja celebra e proclama na liturgia. Nos últimos séculos, essa devoção aumentou graças aos cistercienses e aos franciscano. Santos como São Bernardino de Siena e São João Capistrano pregavam a respeito do Nome de Cristo e, no final, faziam o povo adorar o Nome através do monograma de Cristo. Este, para as pessoas de línguas latinas, parece um IHS, mas em grego essas letras são as iniciais do Nome de Jesus — I (iota) corresponde ao I em português, H (eta) ao E, e Σ (sigma) ao S. Na tradição artística católica, costumamos colocar as três letras IHS, decoradas por objetos semelhantes a raios de luz fulgurantes. 

Então, esses santos faziam vários dias de pregações a respeito do Nome de Jesus e, no último dia, desvendavam o monograma de Cristo para que as pessoas adorassem o Nome do Senhor, sabendo que nele estava a presença do divino Salvador. Realmente, o sublime Nome de Cristo, Yeshua, quer dizer “Deus salva”, e São Pedro, que compreendia isso, falou aos sumos sacerdotes: “Não há salvação em nenhum outro nome porque debaixo do Céu não foi dado outro nome aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4, 12).

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