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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 21, 12-19)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”

O Evangelho de hoje relata as perseguições (cf. Mt 10, 16-25; 24, 9-13; Mc 13, 9-13; Lc 10, 3; 12, 11) que a Igreja há de enfrentar não só no Fim dos Tempos, mas também a cada nova geração de fiéis. Com efeito, do número e da amplitude das perseguições que o Senhor prenuncia fica claro que não se trata aqui das primeiras missões apostólicas (cf. Mc 6, 12-13), quando Ele ainda estava neste mundo, mas da sorte futura de seus discípulos após a Ascensão. O motivo das perseguições que se abaterão sobre a Igreja, como nota o evangelista S. João, é o ódio que o mundo tem a Cristo e, por consequência, a todos os que o seguem: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós” (Jo 15, 18). O relato de S. Lucas, por sua vez, apresenta uma série de elementos que vale a pena levar em conta, a fim de compreender melhor como devemos enfrentar as perseguições que o mundo sempre oporá à nossa santa religião.

V. 12. Sereis presos e perseguidos. Não há glória alguma em ser odiado e perseguido, a não ser por causa de Jesus Cristo, porque é Ele a única razão de ser da nossa vida. A Ele tudo devemos, e se Ele, amor feito carne, deixou-se perseguir pelos que viera salvar, também nós, como discípulos fiéis, devemos seguir os seus passos e suportar pacientemente os que nos perseguem por ódio ao Mestre. De fato, não aderimos a Cristo por oportunismo, com o fim de alcançar neste mundo uma prosperidade que jamais nos foi prometida, pois fazer-se cristão de verdade custa sempre um grande preço: ser odiado e perseguido até a morte. Em tudo isso, porém, deve o cristão manter sempre uma serena docilidade e confiança na providência divina, como se vê pelos seguintes versículos:

V. 14-15. Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa, porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. As perseguições, com efeito, são externas e só podem atingir o corpo, ao passo que a serenidade e a força para permanecer fiel ao Evangelho vêm de dentro, graças à ação do Espírito Santo. Sem paciência e serenidade não há martírio; mas tampouco alguém se torna mártir por suas próprias forças: é absolutamente necessária a intervenção da graça, porque só essa força do alto pode dar ao homem aquela fortaleza sobrenatural que torna possível suportar voluntariamente a morte, sofrida com paciência e amor, por ódio à fé ou às leis divinas. Só Deus nos pode dar palavras acertadas, e por isso pede que, na hora da provação, nos confiemos sem reservas aos seus cuidados: só assim nenhum dos inimigos vos poderá resistir.

V. 17. Todos vos odiarão por causa do meu nome, inclusive os que nos são mais próximos e familiares (cf. v. 16; Mt 10, 21-22). Se até dentro de casa o cristão encontrará incompreensões e desídias por causa de Cristo, é preciso implorar a graça de, superando os afetos e respeitos humanos, poder preferir o Evangelho a todas as outras coisas, por mais caras que sejam. Talvez o Senhor não nos tenha reservado o martírio de sangue; mas, em todo caso, pede de nós outro prodígio, não menos admirável e que não exige menos o auxílio da graça, que é o martírio diário de uma vida entregue, gasta e dedicada ao amor e ao serviço. Seja pelo derramamento de sangue, seja enfim pelo testemunho cotidiano de coerência e fidelidade aos ensinamentos de Cristo, é permanecendo firmes até o fim que ireis ganhar a vida.

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