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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 12, 24-26)

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.
Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

Celebramos hoje, com grande alegria, a Festa do grande mártir São Lourenço, diácono da Igreja de Roma. Ela nos dá a ocasião de refletirmos no que é verdadeiramente a santidade.

Existe um episódio da vida de São Lourenço que as pessoas que não entendem o que é santidade contam e depois riem como sendo algo incrível e, ao mesmo tempo, ridículo: São Lourenço, no momento do seu martírio, estava sendo assado em uma grelha. Em um certo momento, ainda vivo, ele disse para os seus algozes: “Pode virar do outro lado que este já está assado”. Ora, todo mundo ri e essa história fica como a anedota de um santo, mas é preciso ir além e buscar entender o que é a santidade. 

A santidade é quando uma pessoa alcança um tal estágio da ação da graça em seu interior que ela começa a realizar atos de virtude sobre-humanos. Estes são atos em que vemos claramente que um ser humano não tem forças e nem poder para ter uma tal virtude e, portanto, ela só pode ter vindo de Cristo. Como diz São Paulo na Carta aos Gálatas (2, 20): “Vivo, mas não eu; é Cristo que vive em mim”. Nenhum ser humano tem a capacidade de aguentar todo aquele sofrimento pelo qual São Lourenço passou, mostrando assim que é Nosso Senhor quem estava nele. 

Não é necessário debatermos sobre a autenticidade dese episódio, se de fato aconteceu historicamente ou se é simplesmente uma lenda inventada, pois o importante é entendermos que Deus é capaz de fazer obras extraordinárias em um santo. Ao compreendermos isso, começamos a entender os verdadeiros sinais da santidade que nós chamamos de virtude heróica. O termo “virtude heroica”, aplicada a um santo, não significa um ato de heroísmo humano. Quando a palavra heroica é usada nos processos de canonização, ela vem de uma raiz grega. O herói grego era aquele que realizava atos tão incomuns que era considerado como um “ser quase divino”. Nesse sentido, a expressão “virtude heroica” designa os atos de alguém que se configurou de tal modo a Cristo que seus atos já não são só humanos, mas também divinos.

Quando lemos a biografia dos santos, causa um certo incômodo que alguns biógrafos recentes sejam incrédulos e não entendam o significado da verdadeira santidade, de tal forma que atos e realidades reconhecidos como grandes milagres de santidade são acanhadamente varridos para debaixo do tapete, como se não passassem de uma grande invenção. Realmente, nem todos os milagres são verdadeiros, mas, se vamos narrar a vida dos santos, primeiro é preciso acreditar na verdadeira santidade.

Os santos são profundamente humanos, mas também são seres divinizados ainda neste mundo, assim como o grande mártir do dia de hoje, São Lourenço.

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