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Por que nossa fé é apostólica?

O heroísmo e a constância dos Apóstolos na pregação de tudo quanto viram e ouviram de Cristo é prova incontestável da verdade do seu testemunho e da fé sobre a qual se funda a Santa Igreja Romana.

Texto do episódio
31

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9,9-13)

Naquele tempo, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

Com grande alegria celebramos hoje a Festa de São Mateus, Apóstolo e Evangelista. É muito importante celebrar os Apóstolos, porque a nossa santa Igreja é católica e apostólica. Cremos no que creram os Apóstolos e os evangelistas e foi transmitido ao longo dos séculos. Ora, para termos esta fé, precisamos crer na assistência do Espírito Santo dada aos Apóstolos, aos evangelistas e à santa Igreja Católica.

Jesus escolheu doze Apóstolos, mas esses homens não foram somente tirados do pecado, como vemos no Evangelho de hoje, no qual Mateus, um publicano, foi convertido por Jesus. Mesmo depois de convertidos e de seguirem Jesus, eles continuaram com toda a sua fraqueza humana, com toda a sua debilidade e incapacidade de dar a vida por Cristo. Tanto que o saldo final dos Apóstolos foi muito negativo: um deles foi o que entregou Jesus, Judas; o principal deles, Pedro, traiu Jesus negando-o três vezes; outros nove fugiram. Somente João — o pequeno João — ficou aos pés da Cruz, e mesmo assim sem muita fé na ressurreição, porque, no domingo de manhã, demonstrou que ainda não tinha acreditado.

Pois bem, este é o saldo final dos Apóstolos, homens que tremeram diante da perseguição; homens que, como Pedro, diante de uma empregada do sumo sacerdote, negaram a Jesus. Ora, estes mesmos homens, com a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, foram capazes de atravessar o mundo, enfrentar o Império Romano e morrer por Cristo.

Primeira coisa: é evidente e claríssimo que esses homens não estavam mentindo nem poderiam estar, porque homens fracos não dão a vida nem derramam o sangue para sustentar uma mentira, com a qual, aliás, não estavam ganhando nada. É evidente que houve uma mudança. É evidente que houve uma transformação nos Apóstolos após Pentecostes.

É por causa da assistência do Espírito Santo dada aos Apóstolos e aos evangelistas que nós dizemos com muita firmeza: cremos na Igreja Apostólica. Tudo o que nós cremos é o que foi dito e transmitido ao longo dos séculos pelos Apóstolos.

Olhemos, por exemplo, para o Apóstolo São Mateus, que, segundo a tradição, é autor do primeiro dos evangelhos escritos por uma testemunha ocular. Ora, quando temos o Evangelho em mãos, não podemos ter uma atitude de questionamento, como quem chega e diz: “Será que isso é verdade? Será que não é verdade?”

Hoje em dia, muita gente quer tratar a Bíblia como um documento histórico qualquer, como se fosse algo que se pudesse questionar a qualquer momento. Não. Para poder abrir a Bíblia e compreendê-la, é preciso ter fé católica: “Cremos em tudo o que crê e ensina a santa Igreja Católica ao longo dos séculos e nesta fé queremos viver e morrer”, porque os Apóstolos por ela viveram e morreram, derramaram o seu sangue. Não à toa a Igreja, na festa dos Apóstolos, tinge as vestes litúrgicas de vermelho.

Mais uma vez, então, proclamemos e professemos a nossa fé: “Eu creio na santa Igreja Católica e Apostólica e na fé de dois mil anos”.

Eis a finalidade de celebrarmos os Evangelistas e os Apóstolos: pedir aos céus a sua assistência. Porque, se os Apóstolos nada puderam sem o Espírito Santo, também nós nada poderemos, se a graça de Deus não vier nos visitar e firmar em nossos corações a fé católica, santa e apostólica.

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