Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10,17-24)
Naquele tempo, enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai”. Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o Reino de Deus”.
Celebramos hoje, com grande alegria, a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, Doutora da Igreja. Por qual motivo essa pura jovem de 24 anos foi elevada pela Igreja à dignidade de Doutora, e o que ela tem a nos ensinar?
Bom, todo católico já ouviu falar da sua pequena via, às vezes chamada de “caminho da infância espiritual”, mas nem todos entendem realmente em que consiste verdadeiramente a sua essência.
Santa Teresinha, sem ter estudado teologia, descobriu um segredo extraordinário: o fato de que a caridade, o amor, é aquilo que nos santifica; mas a caridade não é maior por causa da maior obra que nós fazemos. Temos essa falsa impressão, por exemplo, ao lermos sobre a vida dos santos. Quando vemos os seus atos heróicos, mártires morrendo com grandes dores e sofrimentos ou missionários atravessando os mares para evangelizar, percebemos o quanto suas vidas são admiráveis e, ao mesmo tempo, bem diferentes das nossas!
Existem santos que são mais admiráveis do que imitáveis, e Santa Teresinha notou isso. Por vezes, olhamos para o grande amor que eles tinham e os santificou e desejamos verdadeiramente ser como eles. Mas de que modo podemos alcançar o amor dos grandes santos se não temos à nossa disposição o estilo de vida deles?
Santa Teresinha olhava para esses filhos de Deus como grandes montanhas cujos cumes chegam até as nuvens, e ela se sentia um grãozinho de pó pregado no sapato. Como conseguiria realizar seu sonho de infância de ser uma grande santa? Ela não queria ser santa “pela metade” e descobriu um segredo que a teologia da Igreja já sabia, mas que ninguém tinha ensinado a ela. Foi o próprio Espírito Santo que o iluminou em seu coração: o que faz com que um ato seja santificador não é a sua atitude heróica externa, mas sua intensidade interna. Ou seja, o ato de amor nos leva à santidade e nos faz crescer por meio das ações cotidianas — das pequenas fidelidades de obediência aos Mandamentos de Deus e aos nossos deveres de estado e da entrega confiante nos braços de Deus nos momentos de adversidades, nas agruras, nos problemas da vida e nas cruzes que carregamos.
Eis o extraordinário segredo: os pequenos atos de uma vida ordinária como a nossa podem esconder dentro de si uma fornalha de amor. Seguir esse caminho não é algo pequeno, mas grandioso. Apesar de parecer simples, a pequena via não é fácil. Contudo, seguindo o exemplo de Santa Teresinha, daremos passos de gigante!
Peçamos hoje, portanto, a intercessão desta santa tão especial e aprendamos a abraçar em nosso cotidiano as alegrias e dificuldades que nos visitam, sempre com muito amor a Nosso Senhor. Como dizia Teresinha: “Faire plaisir à Jésus”, “Agradar a Jesus em tudo”.




























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