CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®

Participe do nosso aniversário!

  • O aniversário é nosso, mas o presente é seu. Confira as ofertas:
  • Assine agora e ganhe 40% de desconto no plano anual;
  • Oportunidade de assinatura vitalícia. Um único pagamento para estudar conosco para sempre.
Assine agora

Sem os Mandamentos, não há Natal

“Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes’”.

Texto do episódio
00

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 11, 16-19)

Naquele tempo, disse Jesus às multidões: “Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ Veio João, que nem come e nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras.”

Celebramos hoje a memória de S. Luzia, virgem e mártir, e o Evangelho que a Igreja nos prega, lido neste contexto do Advento, aponta para a preparação a que Deus quis submeter o povo escolhido até a vinda de Cristo. É por isso que Jesus nos fala hoje de S. João Batista, que veio aplainar-lhe os caminhos, mas que, infelizmente, foi rejeitado por muitos, razão por que também Jesus foi por eles desprezado. Vejamos o sentido preciso dos versículos com que nos brinda hoje a Santa Madre Igreja:

V. 31. “Com quem hei de comparar os homens desta geração”, isto é, dos fariseus e escribas, que, recusando o batismo de S. João, frustraram o desígnio de Deus a respeito deles (cf. Lc 7, 30)? 

V. 32. “São como crianças que se sentam nas praças e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes’”. Naquele tempo, com efeito, havia entre os judeus certo tipo de divertimento em que, separadas em dois grupos ou coros, as crianças representavam como num teatro os sucessos e infortúnios da vida humana: uma parte a lamentava, como coisa triste e miserável, enquanto a outra dela se ria, como de coisa boa e alegre, sem que nenhuma das partes prestasse ouvidos ao que dizia a outra. Os espectadores assistiam à cena, em que se mesclavam gemidos e risos; mas, devido a essa ambiguidade de sentimentos, nem choravam com as queixas de uma parte nem se alegravam com a dança e o canto da outra.

O sentido da comparação de Cristo é este: assim como os espectadores dessas encenações infantis, feitas apenas para entreter os ouvintes, não se sentem movidos nem ao choro nem ao riso, assim também os fariseus e escribas não se deixam mover pelo exemplo nem da austeridade de São João Batista nem da misericórdia de Cristo e, por isso, resistem à conversão de vida a que os convida a pregação de ambos. Os escribas, por exemplo, queriam ouvir o que Cristo e o Batista tinham a dizer, não para mudarem de vida, mas por amor à novidade, às palavras bem ditas e enfeitadas, como quem escuta um cantor ou um histrião por mero interesse estético.

V. 34. Prova disso é que “veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e vós dissestes: ‘Ele está com um demônio!’ Veio, porém, o Filho do Homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘Ele é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores’”.

V. 35. “Mas a sabedoria foi justificada”. Ora, o verbo justificar pode ter dois sentidos: ou de tornar alguém justo ou de declarar a justiça de outrem. É nesse último sentido que se toma aqui o verbo justificar. Assim, “foi justificada”, isto é, declarada justa, irrepreensível, livre de toda calúnia, plena e perfeita, a sabedoria que Deus manifestou em Cristo e João, porque neles se contém tudo o que é necessário à salvação humana: no primeiro, temos um exemplo de austeridade e penitência; mas, para que não desesperássemos da salvação diante desses rigores tão exigentes, temos no segundo um exemplo de misericórdia e doçura. — “Por todos os seus filhos”, ou seja, pelos amantes da sabedoria divina e da virtude. Desta forma, a sabedoria de Deus, desprezada pelos fariseus, foi justificada, quer dizer, honrada e glorificada em Cristo e no Batista pelos fiéis que de bom grado os ouviam e lhes acolhiam o chamado à penitência e à conversão [1].

Que, neste tempo de Advento, sejamos como estes últimos, que acolheram com sinceridade a palavra de Cristo e, graças à pregação do Batista, se converteram pela penitência e observância humilde das leis divinas, promulgadas, não como um peso terrível, mas como um fardo suave, que disporá o nosso coração a viver, com cada vez mais profundidade, aquela vida superior que Jesus veio trazer ao mundo, a partir do momento que nasceu em Belém.

Referências

  1. Extraído e levemente adaptado de Cornélio a Lapide, Commentaria in S. Scripturam. Neapoli, 1857, vol. 8, pp. 198-199.
Material para Download

O que achou desse conteúdo?

0
0
Mais recentes
Mais antigos
Texto do episódio
Material para download
Comentários dos alunos