Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 11,28-30)
Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Celebramos hoje a memória de Santa Luzia, mártir e virgem que foi perseguida no século III por Diocleciano. Ela é celebrada dentro do Advento por ser um tempo de luz, já que é solstício de inverno no hemisfério norte, onde nasceu Jesus Cristo. Trata-se da época do ano em que as noites são mais longas, e os dias, mais curtos. Ora, é tradição celebrar festas luminosas como o Natal exatamente nesse período por causa do solstício de inverno.
Pois bem, Santa Luzia tem a ver com a luz porque o nome dela recorda essa realidade: “luz”, em latim, é lux, lucis, daí o nome de Luzia, padroeira das pessoas que têm dificuldade de visão ou problemas nos olhos. É uma santa que foi ao encontro de Cristo com a lâmpada acesa, como fizeram as virgens prudentes que, com a luz da fé, esperou em vigília a vinda do Esposo (cf. Mt 25,1.4.10). É o que nos recorda o Martirológio Romano.
Também nós, no Tempo do Advento, devemos ir ao encontro do Esposo que vem para nos salvar. Por isso precisamos manter nossas lâmpadas acesas. Temos de acender a lâmpada da fé para poder ir ao encontro de Jesus. Santa Luzia foi um exemplo — com o perdão da redundância — luminoso para todos nós.
Ela, mártir do século III, queria um milagre para a mãe, que estava doente. Por isso, foi em peregrinação à Catânia, cidade perto de Siracusa, onde ela nascera e acabou martirizada, para visitar o túmulo de outra mártir, Santa Ágata (aliás, Luzia e Ágata são expressamente mencionadas no Cânon Romano, sinal de serem santas muito antigas na devoção cristã). Lá, Luzia pediu a cura da mãe e, tendo alcançado o milagre, voltou para casa com a certeza de que iria morrer mártir como Santa Ágata, porque isso lhe fora revelado.
Quando enfim se desencadeou a perseguição, quiseram fazê-la renegar a fé cristã, mas Luzia, com fé luminosa, manteve-se firme. Ameaçaram, então, entregá-la para ser prostituída, ao que ela respondeu com admirável grandeza: “Se a alma não consente, o corpo não peca”! Vendo que poderia ser jogada num prostíbulo para perder a pureza e a virgindade, Luzia atesta o que é a fé cristã que todos temos: virgindade é uma realidade, antes de tudo, do coração, a qual, é claro, deve ser preservada no corpo. Mas “se a alma não consente, o corpo não peca”!
Que a luminosidade da vida de Santa Luzia seja para nós uma presença neste Advento, ao longo do qual vamos preparando nossas almas para o encontro com o Esposo.
Assim como Santa Luzia e sob sua intercessão, partamos com as lâmpadas acesas ao encontro do Cristo que vem, e entreguemo-nos totalmente a Deus.
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