Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos
(Mc 16, 15-20)
Naquele tempo: Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: ‘Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados’.
Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.
Meditação. — “Não vos deixarei órfãos”, promete Jesus aos Apóstolos antes de sua paixão, mas “voltarei a vós” (Jo 14, 18). Essa volta ainda não é a parusía. Trata-se, antes, da vinda do Espírito Santo, pela qual se inaugura uma nova modalidade da presença de Deus em nossas vidas: a inabitação trinitária. Após a ascensão de Jesus aos Céus, o Espírito Santo desce como línguas de fogo para iluminar a razão humana e tornar-nos partícipes da vida divina.
Essa promessa de Jesus sobre o Espírito Santo esclarece o Evangelho desta solenidade da Ascensão. Os Apóstolos não têm motivos para estarem tristes porque, diz-lhe Jesus, “eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria”. Depois de Pentecostes, Jesus torna-se virtualmente presente no meio de nós, isto é, a sua força (virtus) toca-nos pelo Espírito Santo e nos motiva a procurá-lo cada vez mais. Na verdade, o Espírito Santo prepara o nosso coração para ser morada de Deus, pois “aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele” (Jo, 14, 21).
O cristão que se dispõe à graça do Espírito Santo pode repetir aquelas mesmas palavras de São Paulo aos Gálatas: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (2, 20). E, por meio de uma oração fervorosa, essa vida de Cristo vai se tornando mais intensa na alma, de modo que o seu viver se torna Cristo e a morte, lucro. Aliás, é a esta experiência trinitária que Santa Teresa se refere naquele famoso poema:
Vivo já fora de mim,
desde que morro d’Amor,
porque vivo no Senhor
que me escolheu para Si.
Quando o coração Lhe dei,
com terno amor lhe gravei:
que morro porque não morro.
Nesta Solenidade da Ascensão, devemos, pois, pedir a Deus a graça de um coração apaixonado para que, desse modo, tornemo-nos felizes verdadeiramente pela presença da Trindade em nossas almas.
Oração. — Senhor Jesus, enviai o vosso Espírito Santo sobre o meu ser para que meu coração seja uma morada digna da vossa presença. Aumentai em mim o desejo de estar sempre na vossa presença, a fome da Eucaristia e de todos os sacramentos, que me fazem sentir o toque da vossa graça. Amém!
Propósito. — Aumentar ao menos dez minutos no meu tempo de oração íntima, a fim de meditar mais proveitosamente os mistérios do Espírito Santo.
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