Nas primeiras aulas, exploramos a antropologia por trás do projeto educacional. Agora, precisamos aprofundar a análise, começando por aquilo que é essencial: a finalidade. Assim como um arquiteto define o projeto antes da construção, devemos saber onde queremos chegar antes de iniciar o trabalho. A causa final orienta todo o processo. Se queremos ir à Lua, precisamos dos meios para isso; se não os tivermos, ajustamos o objetivo. De igual modo, a natureza de algo define seu potencial: uma rosa pode desabrochar, mas nunca irá se tornar uma manga.
Precisamos compreender a potencialidade do ser humano. A felicidade humana não é como a dos animais; não existe uma felicidade bovina, por exemplo. Se oferecermos ao homem tudo o que satisfaz um animal, ele ainda assim não será feliz. Isso revela que há algo único nesse ser. O poeta Píndaro expressa essa ideia no seu famoso verso: “Torna-te quem tu és” — “Génoio hoîos éssi”, “Γένοιο οἷος ἔσσι”. Primeiro, devemos aprender o que realmente somos — como estamos fazendo nesta primeira parte do curso — para então nos tornarmos plenamente aquilo que fomos chamados a ser, porque o ser humano é uma missão, uma tarefa a ser...