Vamos prosseguir com as nossas explanações sobre os princípios da pedagogia cristã. Já reconhecemos a existência do pecado original e do naturalismo. Para guiar as pessoas, agora urge entender a dinâmica dessas realidades. A natureza humana, inicialmente instintiva, foge da dor e busca o prazer, mas deve ser conduzida à contemplação da verdade. No entanto, não basta compreender a verdade intelectualmente; pois as emoções também possuem grande efeito sobre nós. Muitos têm experiências autênticas com Deus, mas isso, por si só, não os leva à mudança de vida, pois falta-lhes o equilibrado domínio das paixões.
É por isso que, na Última Ceia, São Pedro declarou que daria a vida por Nosso Senhor, mas, ao ser reconhecido pelo sotaque galileu, negou conhecê-lo — a empregada do sumo sacerdote reconheceu São Pedro pelo seu sotaque, “Ex loquela tua”. Sua experiência com Jesus foi sincera, mas não profunda. A sinceridade não basta; é preciso um autêntico processo educativo para que as paixões alinhem-se à verdade contemplada.
Santo Tomás de Aquino descreve esse processo como um “convencimento político”, comparando-o à negociação necessária para governar uma cidade — Polis —...