Na nossa última aula, analisamos a vida de Santo Agostinho como uma espécie de referência para o progresso que deve ocorrer na vida das crianças. Embora não seja um modelo ideal, já que ele enfrentou muitos desafios e desvios ao longo do caminho, a graça de Deus o transformou em um grande santo — e nós também almejamos a santidade. Agora, vamos retroceder um pouco a fim de compreender melhor a história desse percurso pedagógico e amarrar as pontas que ainda ficaram soltas.
O cristianismo foi o primeiro projeto educacional universal, ao contrário da pedagogia grega — a “paideia” —, que era restrita a uma elite. Na Grécia, acreditava-se que a verdade não era acessível a todos, apenas à aristocracia governante, como se via na democracia ateniense. Essa necessidade de convencer os outros deu espaço a uma retórica cada vez mais manipuladora. De fato, a democracia, por sua própria natureza, tende à demagogia se não houver um projeto educacional que ensine a verdade e forme cidadãos virtuosos. Sem isso, sempre surgirão líderes que governam pelo engano — e isso independentemente da sua ideologia.
Essa era a natureza do conflito entre Sócrates e os sofistas, que...