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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 5, 12-16)

Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E, imediatamente, a lepra o deixou. E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”.
Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.

No tempo da Epifania do Senhor, contemplamos várias manifestações de Jesus por meio de milagres. Se olhamos para o Evangelho de ontem, percebemos que Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns, e no Evangelho de hoje vemos que Ele realiza um milagre extraordinário, mas deseja ocultá-lo. 

É importante notar que a vida escondida de Cristo faz parte de suas manifestações. Hoje, por exemplo, Jesus cura um leproso e manda-o apresentar-se curado aos sacerdotes, mas sem dizer nada a ninguém sobre o milagre. No entanto, a Epifania mesmo assim acontece, pois “sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvir e serem curadas de suas enfermidades” (Lc 5, 15). 

A conclusão do Evangelho é ainda mais surpreendente: “Jesus, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração” (Lc 5, 16). Por qual motivo Cristo fazia isso? Se por trinta anos permaneceu oculto em Nazaré, por que, logo ao início de sua vida pública, Ele se escondeu, pedindo que não se divulgassem seus prodígios e retirando-se a lugares solitários para rezar? Porque a manifestação de Deus ocorre ocultamente em nossos corações.

Cristo fazia milagres que podiam ser vistos por todos, mas nem todos acreditavam. Havia até quem visse os milagres, mas se fechasse ainda mais à graça, como os chefes dos judeus que, quando viram Lázaro ressuscitado, planejaram matá-lo para esconder o milagre clamoroso de Cristo. Logo, mesmo tendo testemunhado um milagre, eles não creram, porque de nada adianta Nosso Senhor fazer uma epifania pública se, no íntimo dos corações, não brilhar uma luz. 

Deus quer iluminar com a sua luz o interior do nosso coração, mas somos nós que, egoístas, não o deixamos fazer isso. Jesus, então, mostra-nos qual é o caminho: retirar-se a lugares solitários e entregar-se à oração. Certamente, é muito bom estarmos envolvidos em grupos e pastorais da Igreja, ou participando de manifestações públicas e de tudo aquilo que faz parte da evangelização; mas, se a luz de Deus não brilhar dentro de nós, é como se estivéssemos lavando uma pedra: a água escorre ao redor, mas não penetra. 

Portanto, quando Deus se manifesta, Ele o faz externamente para uma finalidade: a fim de que a sua luz divina brilhe em nossos corações. Entretanto, isso só será possível se tivermos uma vida interior de recolhimento. Por isso, embora Jesus peça que nós o anunciemos, Ele também quer que nos calemos e nos recolhamos em oração, para que a sua luz nos possa iluminar e transformar por completo.

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