Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 3, 22-30)
Naquele tempo, os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios.
Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”. Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”.
A Igreja festeja neste dia a memória de um de seus maiores Doutores, São Francisco de Sales, enviado ao mundo pela divina Providência para trazer de volta à unidade da fé e à verdade de Cristo os hereges calvinistas de Genebra. Para levar a cabo essa obra desafiadora de evangelização, São Francisco de Sales soube utilizar-se dos recursos oferecidos em sua época, sobretudo da imprensa, como meio de divulgar o mais possível livros de apologética e espiritualidade. Mas, como toda alma santa, a principal arma de Francisco não eram os recursos do engenho humano, mas a oração, e foi por isso que, com a ajuda de Santa Joana Francisca de Chantal, ele fundou em 1610 a Ordem das Visitandinas, cuja vida de clausura e contemplação tem mais força para propagar na terra o Reino de Deus do que panfletagens e discursos acalorados. São Francisco de Sales, com efeito, sabia muito bem que não há meio de fazer a Igreja triunfar dos seus inimigos senão pela oração e o sacrifício de cada fiel: sem isso, não existe apostolado que seja digno de ser chamado católico, porque quem se entrega afanosamente à ação sem dedicar tempo à contemplação se assemelha mais aos filhos do príncipe deste mundo do que aos filhos do Pai eterno. Numa época em que a heresia protestante fazia descrer da santidade, São Francisco pôs mãos à obra para que todos os fiéis, inclusive o leigo mais simples, fossem conscientes de sua vocação à perfeição no amor e lutassem, não sem o auxílio da graça, por assemelhar-se a Cristo, modelo de todas as virtudes. Sob o patrocínio luminoso de São Francisco de Sales, sigamos o exemplo dele e dos que se santificaram graças à sua doutrina, entregando-se inteiramente a Deus como oblação de amor e obediência, assim como Cristo se entregou ao Pai para edificar o seu Corpo místico, que é a Igreja e cujos membros somos nós. — São Francisco de Sales, rogai por nós!
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