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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 16,24-28)

Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade vos digo: Alguns daqueles que estão aqui não morrerão antes de verem o Filho do Homem vindo com seu Reino”.

Celebramos hoje a Memória de Santa Clara de Assis. O que levou esta mulher a se entregar completamente a Cristo pobre, seguindo os passos do poverello de Assis, São Francisco?

Para entender a entrega em que consiste a vida religiosa, há que compreender que, antes de tudo, existe uma profunda experiência do amor de Cristo.

Quando São Francisco de Assis fez a experiência do amor de Cristo, foi arrebatado por esse amor, e é exatamente essa experiência o que o levou a querer amar de volta. Por isso, na sociedade medieval, na qual a nobreza ainda tinha o seu fascínio e a burguesia começava a surgir, colocando no dinheiro toda a sua esperança e felicidade no mundo, São Francisco compreendeu que Deus, em sua majestade infinita, se humilhou e se fez pequenino.

Portanto, a majestade de Deus, nós a vemos no pequeno Menino da manjedoura, Jesus no presépio; a riqueza de Deus, nós a vemos na pobreza dos trapos do Menino Jesus. Daí o fascínio de Francisco de Assis por Jesus, que se esvaziou por amor a nós.

Pois bem, isso contagiou verdadeiramente a juventude da época, de forma tal, que levou seus companheiros e Clara a deixar tudo para viver por Cristo, para responder a Ele, o Esposo. Assim, Clara, junto com as clarissas, se fechou em clausura para se dedicar à vida de oração e de penitência, para se entregar em oblação de amor.

Quando o mundo vê a vida enclausurada das monjas clarissas, uma vida de penitência, de hábito rude, um burel grosseiro, quando o mundo olha para isso e diz: “Que triste!”, o diz porque não conhece a perfeita alegria, que consiste no fato de, pela experiência da fé, nos sabermos amados infinitamente pelo Deus que se fez pobre, se fez nada, se fez miserável por nós.

Como não amar de volta um amor assim? Há alegria em ter sido escolhido para o amar de volta! Há alegria em poder retribuir um pouco os favores do Esposo! Esse é o fascínio da vida das clarissas. Se não enxergamos a chama de amor que arde no coração de cada uma delas, dificilmente compreenderemos a vida que escolheram.

Por isso, neste dia de Santa Clara, façamos festa, porque Clara e suas filhas, ao longo dos séculos, têm respondido ao Amor.

São Francisco, que foi visto a chorar tantas vezes pelo seu irmão, Frei Leão, e dizer: “O Amor não é amado, o Amor não é amado”, certamente se sentia consolado de saber que um punhado de mulheres fechadas em clausura amava de volta aquele que nos amou infinitamente.

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