Falar de sexo com os filhos, hoje mais do que noutros tempos, é não somente uma prerrogativa, mas um grave dever dos pais, porque é apenas no ambiente doméstico, em que se resguarda o pudor e o respeito à pureza de cada um, que se encontram as "condições psicológicas e morais para uma educação sadia e eficiente em matéria tão delicada" [1].
Não se trata, porém, de iniciar precocemente as crianças nos mistérios da vida, despertando-lhes imagens e curiosidades malsãs, mas de saber vaciná-las o quanto antes contra o que o mundo e a sociedade atuais, hipnotizados por diversão e prazer fácil, vão querer ensinar-lhes no futuro. Os pais de hoje em dia precisam, pois, vencer a vergonha que este tema naturalmente suscita e, "sem exposição solene nem cerimônias misteriosas" [2], mostrar aos adolescentes que sexo tem a ver, antes e sobretudo, com família.
Sim, com família. Porque é por meio da maturidade física que Deus vai preparando os corações para a maturidade do espírito, para a plena formação da vontade e das forças morais do indivíduo. Entrar na puberdade implica não apenas umas tantas alterações no corpo, mas também uma verdadeira transformação interior; implica, fundamentalmente, entrar na vida adulta, ou seja, tornar-se capaz de viver para o outro, com o espírito de entrega e autodoação que se encarna na figura de um pai ou de uma mãe.
Por isso, os adolescentes têm de compreender que o ato sexual, longe de ser um divertido passatempo, está essencialmente vinculado à capacidade procriativa do homem e, portanto, à sua vocação a ser família, a sair de si mesmo para dar-se sem reservas à esposa ou ao esposo, aos filhos e filhas frutos da união entre os dois. Falar de sexo — ainda mais para nós, católicos — é falar das vidas que Deus confia aos cuidados do pais, a fim de que estes as levem consigo para aquela Vida que nunca há de ter fim.
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