O santíssimo Rosário é com justiça enumerado pelos santos entre as armas mais eficazes contra o pecado, e isso em virtude dos dois elementos principais que o compõem:
- de um lado, a meditação dos mistérios, que quanto mais se imprimem na imaginação e na inteligência, mais firme e constante tornam a vontade no desejo de viver conforme as verdades neles contidas;
- de outro, a récita da Ave-Maria, oração que faz tremer o inferno e retorcer-se o demônio, cuja soberba o fez perder a graça divina, da qual Nossa Senhora, humilde escrava do Senhor, foi cumulada desde o ventre materno.
Vejamos brevementes o que disseram alguns santos a respeito da Saudação Angélica:
“É certo que a Virgem nos saúde alegremente com a graça, se alegremente a saudamos com uma Ave-Maria” (São Boaventura, Speculum B.M.V., l. 4). — “Agrada este obséquio à Virgem saudada, a qual sem dúvida alguma saúda de volta os que piedosamente a saúdam” (São Pedro Canísio, De Maria Virgine incomparabili et Dei Genitrice sacrosancta, III 2). — “É muito grata à Santíssima Virgem esta Saudação Angélica, porque assim lhe parece renovar-se a alegria que sentiu ao ouvir de Gabriel que fora escolhida para Mãe de Deus” (Santo Afonso M.ª de Ligório, Le glorie di Maria, II: De’ vari ossequi verso la SS. Vergine. Ossequio 1). — “Alegra-se o céu, emudece toda a terra, Satanás põe-se em fuga, o inferno estremece, o mundo envilece, o coração de amor se liquefaz, o torpor esvai-se, a carne murcha; desaparece a tristeza, chega nova alegria; cresce a devoção, nasce a compunção, progride a esperança, aumenta a consolação; fortalece-se a alma e conforte-se o afeto, quando digo: Ave, Maria” (Beato Alano de Rupe, De Psalterio seu Rosario etc.: IV, serm. 3, cap. 30).
Agarremo-nos às contas desta santa devoção e, deixando-nos segurar pelas mãos maternas de Maria Santíssima, rezemos o Terço todos os dias. Peçamos a Deus o incremento da fé, o perdão de nossos pecados, a superação de nossas falhas, a conversão dos que estão longe da verdade do Evangelho e o retorno dos que sacudiram o suave jugo da obediência à única Igreja de Cristo.
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