Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 10, 7-15)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Em vosso caminho, anunciai: 'O Reino dos Céus está próximo'. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar! Não leveis ouro nem prata, nem dinheiro nos vossos cintos; nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu sustento. Em qualquer cidade ou povoado onde entrardes, informai-vos para saber quem ali seja digno. Hospedai-vos com ele até a vossa partida. Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; se ela não for digna, volte para vós a vossa paz. Se alguém não vos receber, nem escutar vossa palavra, saí daquela casa ou daquela cidade, e sacudi a poeira dos vossos pés. Em verdade vos digo, as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos dureza do que aquela cidade, no dia do juízo".
Celebramos hoje, com muita alegria, a Memória de São Bento, um monge que transformou a história do Ocidente e da Igreja Católica.
É interessante notarmos que, em todo o período de dois mil anos da Igreja, Deus sempre suscitou pastores e grandes santos para cuidar do seu povo nos momentos de maiores crises; e São Bento foi um desses homens.
A Europa, que tinha iniciado um processo de evangelização durante o Império Romano, agora caía outra vez no caos; o Império Romano do Ocidente tinha sido despedaçado; e Roma era uma cidade em escombros. Claro, o processo de evangelização já tinha iniciado, mas não havia penetrado verdadeiramente na alma da civilização, e, por isso, a barbárie tornou-se a cultura da Europa.
Até mesmo os cristãos que sobreviveram a isso estavam ainda debaixo de uma sombra de superstição, pois não tinham sido evangelizados até a raiz. Foi nesse contexto que surgiu São Bento, entregando-se a Deus e cortando relações com tudo aquilo que é mundano. Nisso, São Bento mostrou sua grande paternidade espiritual. Afinal, qualquer pai que vê o seu filho brincando no buraco da cobra, com o perigo de ser mordido por ela, vai advertir: “Corte qualquer relação com aquilo que vai ferir você”.
São Bento fez exatamente isso com a sua Regra, ensinando o caminho da santidade aos seus discípulos e estimulando a fundação de uma constelação de mosteiros pela Europa inteira, os quais se tornariam o sal da terra e a luz do mundo. Isso porque inúmeros homens e mulheres que buscaram viver a santidade radical, cortando toda a mundanidade, tornaram-se o fermento que fez levedar a massa da civilização Europeia até os fulgores da cristandade medieval.
Nos momentos de crise em que a civilização parece vacilar ou cai por terra, é necessário que o cristão, assim como São Bento, tenha a coragem de ser diferente do mundo e cortar o relacionamento com o espírito de mundanidade. Mesmo que sejamos tratados como alguém diferente, não encaremos isso como algo ruim, pois, revigorando a nossa formação cristã e nossa vida espiritual, conseguiremos ser sal da terra, luz do mundo, como foram São Bento e os seus seguidores.
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