Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 1, 1-18)
No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. No princípio, estava ela com Deus. Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela – mas o mundo não quis conhecê-la. Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornar filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade. Dele, João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
Hoje, 31 de dezembro, chega ao fim mais um ano civil, e embora estejamos apenas no início de mais um ano litúrgico, a Igreja concede neste dia uma indulgência plenária a quantos recitarem publicamente o hino Te Deum em ação de graças por tudo o que Deus nos deu e tirou ao longo de 2019. Sim, por tudo o que Ele nos deu e tirou, porque não só no que Ele nos concede, mas também naquilo de que Ele nos priva estão escondidas muitas e valiosas graças. Dele recebemos bênçãos, que nos consolam e alegram, mas recebemos também sofrimentos que, apesar de nos entristecerem momentaneamente, são contudo um meio especialíssimo de cumprirmos o objetivo fundamental de nossas vidas, que é nos unirmos a Jesus Cristo, a quem, mesmo sendo Filho seu, Deus não perdoou, entregando-o a muitas tribulações, para depois lhe conceder a glória da Ressurreição e um reinado, por direito de conquista, sobre todos os homens. Ainda que este ano não tenha sido dos melhores, marcado talvez por perdas, talvez por infelizes tragédias, não nos deixemos abater. Levantemos a cabeça, tenhamos alma grande, tomemos a cruz que nos tocou suportar e, a exemplo do santo Jó, que não murmurou de Deus mesmo após ser comido de lepra e ter todos os seus bens comidos pela má fortuna, cantemos ao Altíssimo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos”, que pelos sofrimentos do seu amado Menino nos livrou do castigo eterno, incomparável às tribulações tão passageiras desta nossa vida mortal. Que Deus se digne, pois, abençoar a cada um de nós ao longo desse novo ano que amanhã começa e, por sua bondade, nos torne mais dóceis à sua amabilíssima vontade, para que, servindo-o nesta terra, possamos reinar com Ele no céu: Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido!
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