Este é o primeiro dia da novena de Pentecostes. Agora, Nosso Senhor sobe aos céus e Maria, juntamente com os discípulos, persevera em oração dia a dia. Isso até o Domingo de Pentecostes, quando o Espírito Santo de Deus será derramado em nossos corações.
Mas, para fazermos uma novena pedindo a Deus o Espírito Santo, temos de entender quem é, afinal, o Espírito Santo. No Antigo Testamento, nós vemos que Deus, durante séculos, instruiu o seu povo a abandonar a idolatria, o culto aos falsos deuses. A primeira coisa que precisamos entender é que Deus é um só. O Espírito Santo não é uma espécie de espírito guia ou um tipo de orixá que podemos invocar. O Espírito Santo é o próprio Deus — pois só há um Deus. Essa realidade ficou bastante evidente no Antigo Testamento.
Sucede, porém, que, chegada a plenitude dos tempos, quando Deus finalmente decidiu se revelar, nós descobrimos algo extraordinário: Deus, de fato, é um; mas Ele não é sozinho. Ele veio a este mundo, onde criou uma humanidade para si: a Encarnação do Verbo eterno no ventre de Maria Santíssima. Naquele homem Jesus, nós pudemos descobrir que Deus é Pai eterno e que Ele tem um Filho eterno. E entre ambos há um amor também eterno: a Pessoa do Espírito Santo.
Durante séculos, Deus insistiu: “Adonai Echad”, isto é, “O Senhor é Um”. E então, quando finalmente o povo de Israel estava convencido disso, no Jordão, Jesus é batizado por João Batista — e o Céu se abre. Isso significa que Deus está revelando a sua intimidade. É assim, aliás, que as pessoas procedem com os seus amigos: há segredos que elas não revelam à pessoa alguma, os outros nem suspeitam do que elas carregam no coração. Mas, quando você decide dar provas do seu amor para com alguém, você então revela, abre a sua intimidade para essa pessoa de confiança. Isso é algo extraordinário. Ora, Deus revelou os segredos do seu coração para nós — não que mereçamos toda essa confiança — mas fez isso porque, ao revelar, Ele nos salva. Deus nos revelou seu grande segredo: Deus é amor.
Assim, se Ele é amor, há aquele que ama, o que é amado e o próprio amor entre ambos. Se Deus é amor eterno, então existe aquele que ama eternamente, o Pai; e o que é amado eternamente, o Filho. E o amor eterno entre o Pai e o Filho é o Espírito Santo. Assim, Ele revelou a sua felicidade infinita, uma felicidade de amor: a felicidade da Santíssima Trindade.
Mas Ele também nos revelou mais do que isso. Porque agora, Deus quer que nós participemos dessa felicidade de amor. Esse foi o motivo pelo qual Ele se fez homem em Jesus, para que nós possamos receber o Espírito Santo. Assim, por Cristo, com Cristo e em Cristo, na unidade do Espírito Santo, nós podemos dizer, confiantes: “Abba, Pai”. Eis o projeto de Deus para nós.
Desse modo, fazer a novena de Pentecostes não é algo banal. Essa novena é um convite para que nós abramos os nossos corações. Se você entendeu o que dissemos sobre esse mistério de amor, então você deve estar sentindo, como um fogo em seu coração. Trata-se de um convite, um chamado para participar dessa felicidade da Santíssima Trindade. É por isso que nestes dias de Pentecostes nós dizemos com confiança e devoção: “Vinde, Espírito Santo”.
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