Já estamos no terceiro dia da novena de Pentecostes, pedindo a Deus que derrame sobre nós o Espírito Santo. E estou motivando você a realmente viver esses dias de retiro, para que tenha um encontro com Deus — no grande mistério do Espírito do Senhor. 

Nós já vimos como Deus nos revelou que Ele é um mistério de amor. Nós temos o Pai que ama, o Filho amado, e o Espírito Santo, que é o próprio amor entre eles. Dessa forma, para que nós pudéssemos participar desse mistério, o Filho recebeu uma humanidade. E tal humanidade está perfeitamente unida a Deus — é o que chamamos de união hipostática. Ora, Jesus, o Ungido, tem o Espírito Santo. 

É por isso que, no dia da sua Ressurreição, Jesus entra onde estavam reunidos os Apóstolos e sopra sobre eles dizendo: “Recebei o Espírito Santo”. E o Espírito de Deus também é dado a nós. É da vontade de Jesus que nós participemos do seu amor, assim como os membros participam de um corpo. O meu dedo, por exemplo, está unido à minha mão, que está unida ao meu braço. Trata-se de uma só realidade; os membros do corpo são distintos, mas estão unidos. Se você é batizado e, portanto, recebeu os dons do Espírito Santo, você está mais unido a Jesus do que o seu dedo está unido à sua mão? Isso porque aquilo que une o seu dedo à sua mão é a sua alma; mas o que une você a Jesus é o próprio Espírito Santo. 

Nestes dias, estamos pedindo o Espírito de Deus, porque, se estamos em estado de graça, o Espírito Santo nos une cada vez mais a Jesus, configurando-nos a Ele. De fato, essa união já existe; pois os batizados e crismados têm os sete dons do Espírito Santo. Mas é possível que você sequer note essa presença, por viver em meio às angústias, preocupações e distrações da vida. Ainda assim, o Espírito se faz presente.

Nestes dias de retiro e de preparação para Pentecostes, busque sua união com Cristo. Ela precisa aumentar a tal ponto que seja como um novo Pentecostes para a sua vida. Em Jerusalém, os Apóstolos, com Nossa Senhora, já tinham o Espírito Santo; eles, de fato, já estavam em estado de graça, unidos a Jesus. Isso porque Cristo já havia aparecido para eles; Nosso Senhor já havia soprado sobre os Apóstolos o perdão dos pecados. No entanto, a medida do Espírito de Deus ainda não havia transbordado — é o que vai acontecer em Pentecostes. 

Assim, nesta novena, é importante que você realmente peça o Espírito Santo. Ele não é uma verdade que você tem de ir buscar do outro lado do mundo; nem lançar um foguete para encontrá-lo. Ele está bem próximo de você. Como diz a sequência de Pentecostes, Ele é o doce hóspede da alma. E você não precisa notar a presença dele, basta crer; esse é o primeiro passo. É preciso saber que “ubi caritas, Deus ibi est; ubi caritas, Spiritus ibi est”, ou seja, se há efeito, há causa: se você está em estado de graça, o amor divino, que é o Espírito Santo, está em você. Mas, para que tudo isso ocorra, é preciso crer, pois essa é a alavanca, o alicerce sobre o qual este retiro de Pentecostes pode ser bastante frutuoso. Por isso, em nosso coração, precisamos clamar: “Vinde, Espírito Santo”.