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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Neste primeiro sábado do mês, dedicado ao Imaculado Coração de Maria, chegamos ao nono dia da nossa novena de Pentecostes — aliás, este é o mês dedicado ao Imaculado Coração da Virgem Santíssima. O Espírito Santo age nestes corações benditos: em Nosso Senhor, porque é Deus que se fez homem; e em Maria, porque é criatura cujo coração está perfeitissimamente configurado ao de Cristo. 

Ontem, começamos a falar sobre a Sequência de Pentecostes, “Veni Sancte Spiritus”. Hoje, vamos continuar a exposição desse hino, para concluir nossa preparação para receber o Espírito do Senhor. Amanhã, que será propriamente dia de Pentecostes, vamos, todos juntos, entoar o “Veni Creator” — hino que, recitado em público no Domingo de Pentecostes, confere indulgência plenária ao fiel. 

Retomemos a Sequência a partir da quinta estrofe: “O lux betissima”. Havíamos começado com o “Vinde, Espírito Santo, e enviai um raio celestial de luz”. Mas agora, o próprio Espírito é chamado de luz: “O lux beatíssima, reple cordis intima, tuorum fidelium”, aqui novamente a Igreja nos faz voltar para a luz. Ora, o Espírito é luz, e nós, que estamos nas trevas, precisamos que nossa inteligência seja iluminada. Em Pentecostes, o Espírito de Deus veio como fogo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos. E é interessante observar que o fogo, antes de aquecer, ilumina. Quando, ao longe, vemos uma fogueira, aquele fogo nos ilumina; só recebemos o calor quando se aproxima. Se o fogo não ilumina primeiro, ele não aquece depois. Assim, a realidade imediata é a luz que alcança a alma. “O lux betissima, sine tuo numine, nihil est in homine”, ou seja, sem a força do Espírito, não há coisa alguma no homem que seja inocente, sem maldade.

Na Última Ceia, Nosso Senhor disse: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Ora, o Espírito Santo vem precisamente para nos unir à alma de Jesus; desse modo, poderemos fazer alguma coisa. É evidente que, sem que o Espírito nos una a Cristo, nós não somos capazes de fazer coisa alguma — não somos pelagianos, pois cremos que é a graça de Deus que nos torna santos. 

Ainda na Sequência, vem então uma lista de coisas que o Espírito realiza para que, em nós, haja verdadeira bondade. Em primeiro lugar: “Lava quod est sordidum”, o Espírito do Senhor lava aquilo que está sujo, Ele vem para perdoar os pecados. Uma vez limpos do pecado por meio de uma confissão bem feita — com sincero arrependimento —, podemos sair da aridez: “riga quod est aridum”. Porque no deserto não há vida, mas, se você faz o trabalho de irrigar, surge a possibilidade de haver alguma vitalidade. Se, porventura, há doenças, há pestilências: “sana quod est saucium”, Ele traz a cura. Assim, o básico operado pelo Espírito é a extirpação das coisas ruins, o pecado, a aridez e a doença que estão em nós. 

Mas suponhamos que você já esteja em estado de graça. Ainda assim, é necessário o Espírito Santo, a fim de que Ele aja plenamente em sua vida e você cresça exatamente na docilidade à ação dele. É, então, que vem algo a mais: já não há mais preocupação com o pecado, a realidade agora pede a sua docilidade. Assim: “Flecte quod est rigidum” — nós somos rígidos, teimosos, “cabeçudos”. Isso porque a nossa vontade está fixa em coisas que temos de desapegar. Nesse sentido, o Espírito de Deus vem dobrar aquilo que é rígido. “Fove quod est frigidum”, isto é, Ele dá calor àquilo que está frio. Com efeito, há coisas que nós deveríamos amar, mas não amamos; que deveríamos querer, mas não queremos. “Rege quod est devium”, pois em algumas ocasiões, você se encontra em uma boa direção, indo para Deus, mas acontece um pequenino desvio, e isso é corrigido por meio da ação do Espírito Santo. 

Desse modo, o hino termina com uma súplica, que retoma a cantilena relacionada à luz do Espírito Santo: “Da tuis fidelibus, in te confidentibus, sacrum septenarium”, ou seja, “Dai aos vossos fiéis que confiam em vós os sete dons do Espírito Santo”. Eis então o progresso da alma: Ele tirou o pecado, purificou as imperfeições e, por fim, começaram a brotar os dons do Espírito. É um itinerário, é um projeto de crescimento espiritual. E, então, chegamos ao fim da Sequência de Pentecostes: “Da virtutis meritum, da salutis exitum, da perenne gaudium”, isto é, “Dá o mérito da virtude, dá o fim da salvação, dá a perene alegria”. É isso que o Espírito Santo quer nos dar; e é isso que pedimos a Ele quando dizemos: “Veni, Sancte Spiritus”.

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LR
Lucas Ribeiro
8 Jun 2025

Vinde, Espírito santo! 🕊️🙏🏻🔥

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LF
Lucy Franchini
7 Jun 2025

Amém ! 🙏 

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ÁL
Álerson Lima
7 Jun 2025

Amém!

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Comentários dos alunos