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Imitar as crianças em quê?

“Naquele tempo, levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. Então, Jesus disse: ‘Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o reino dos céus’.”

Texto do episódio
232

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 19,13-15)

Naquele tempo, levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. Então, Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

No Evangelho de hoje, Jesus diz uma de suas mais famosas frases: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus” (Mt 19, 14). 

O que Jesus quer dizer com esta Palavra? Primeiro, devemos compreender que toda vida espiritual é um processo de renascimento, onde algo precisa morrer em nós para que tenhamos uma vida nova. Por isso, essa frase não quer dizer que o ser humano, no seu estado natural infantil, já é santo e irá para o Céu. O que Nosso Senhor fez foi uma analogia para dizer que, assim como uma criança confia plenamente nos seus pais, também a alma do santo deve chegar a uma tal entrega a Deus que podemos dizer que ela nasceu de novo e agora é como uma criança. 

Se formos olhar para as crianças tais quais nós as encontramos em nossas casas, iremos ver que elas possuem um duplo aspecto. Nelas, há uma confiança e uma certa ingenuidade infantil que é o que Jesus pegou como referência para dizer:  “Assim deve ser a alma do santo que entra no Reino dos Céus”. Por outro lado, se virarmos a moeda, iremos perceber que também as crianças são marcadas pelo egoísmo por causa do pecado original, e não é esse comportamento que nós devemos imitar.

Temos dentro de nós um homem velho, cheio de orgulho e egoísmo, que precisa morrer para que nasça a criança, o filho de Deus, e assim possamos trilhar o caminho da santidade. E o que devemos fazer para que isso aconteça? Antes, devemos perceber que o que nos faz desconfiar de Deus são as nossas paixões desordenadas. Somos, infelizmente, como crianças mimadas e irritadas que desejam tudo e se acham o centro do mundo; e, para combater esse problema, é necessário nos dedicarmos a Deus nas nossas obras de apostolado. 

Quando nós, tendo uma vida de oração, unimo-nos a Deus e levamos os nossos irmãos a Ele, adquirimos a capacidade de matar dentro de nós o homem velho. Isso porque a nossa doação, entrega e generosidade exigem de nós a paciência, o sofrimento cotidiano, a perseverança e o perdão. 

Por isso, em nossa vida espiritual, devemos nos entregar nos braços do Pai como criancinhas, mas sabendo que nas obras de apostolado encontraremos humilhações e uma “máquina” que irá moer as nossas paixões desordenadas e transformar-nos em crianças puras que, confiantes, docilmente se jogam nos braços do Pai.

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