Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 9,51-56)
Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, a fim de preparar hospedagem para Jesus. Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. E partiram para outro povoado.
Celebramos hoje a Memória de santos mártires brasileiros: André de Soveral, Ambrósio Ferro e companheiros mártires, santos que defenderam a fé católica, preferindo morrer a não negar a própria fé.
O Rio Grande do Norte, na época desses martírios, em 1645, fora invadido por holandeses que, em sua maioria, eram calvinistas. Por uma série de arbitrariedades e crueldades, esses católicos foram aprisionados em duas ocasiões, primeiro em julho daquele ano, em Cunhaú, depois no dia 3 de outubro, em Uruaçu.
Foram ao todo trinta mártires. Entre eles, havia dois sacerdotes. São os que encabeçam a lista: André de Soveral, jesuíta que passara para o clero diocesano, e Ambrósio Ferro, que tudo indica fosse português, não nascido no Brasil.
Havia também numerosos leigos, mas foram canonizados somente os trinta cujos nomes nos são conhecidos. Provavelmente, poderíamos acrescentar muitos santos mais à lista, porque se estima que os mortos massacrados foram em torno de setenta.
Os algozes queriam obrigar os católicos a abraçar o calvinismo e, por isso, para que não fizessem preces católicas, a muitos torturaram cruelmente: arrancavam línguas e braços, crianças eram decepadas ao meio, muitos foram degolados…
Todo esse sangue foi derramado exatamente porque havia uma certeza no coração destes santos católicos brasileiros: o fato de que é somente na santa Igreja Católica e na verdadeira fé que temos os meios que nos conduzem à salvação.
Sei que estamos num tempo de relativismo religioso. É claro, o ecumenismo, o diálogo ecumênico, pode ser feito, mas sem renunciar à fé, à fé verdadeira católica, que nos diz que os meios sobrenaturais da graça que estão nos sacramentos, somente a santa Igreja Católica os tem.
Infelizmente, miseravelmente e lamentavelmente, os protestantes jogaram fora todo o sistema sacramental da Igreja quando Lutero, Calvino e outros quiseram fazer a “reforma” da Igreja. Na verdade, o que eles estavam fazendo era uma rebelião contra o poder dos sacerdotes. Assim, podemos definir o protestantismo como uma “religião cristã” sem sacerdócio ordenado.
Ora, nós católicos cremos verdadeiramente que é por meio dos sacerdotes e dos sacramentos por eles administrados que temos os meios da nossa salvação. Jogá-los fora é como um náufrago em pleno alto-mar jogar fora o seu bote salva-vidas.
Somos salvos verdadeiramente pelos meios, divinos e sobrenaturais, que Nosso Senhor Jesus Cristo deixou à sua única e santa Igreja Católica. Rezemos a Deus para que, pela intercessão dos santos mártires brasileiros, sejamos verdadeiramente homens de fé, dispostos a derramar o sangue para viver e morrer na santa Igreja Católica.
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