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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 7, 31-35)

Naquele tempo, disse Jesus: “Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem? São como crianças que se sentam nas praças, e se dirigem aos colegas, dizendo: ‘Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!’

Pois veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e vós dissestes: ‘Ele está com um demônio!’ Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘Ele é um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores!’ Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos”.

Em 19 de setembro de 1846, na comuna de La Salette-Fallavaux, Nossa Senhora aparecia a dois jovens pastores, Mélanie Calvat, de 14 anos, e Maximino Giraud, de 11. Esta aparição situa-se no delicado contexto social em que a França de então se encontrava. A Revolução, o Terror Jacobino, o Império Napoleônico, a trágica decadência moral e religiosa daí decorrente são as marcas distintivas de um dos mais conturbados períodos da história francesa. A Virgem SS., vale a pena lembrar, já aparecera em 1830 à religiosa S. Catarina Labouré e aparecerá outra vez, em 1858, a S. Bernadette Soubirous, em Lourdes. Em todas essas aparições, o que Nossa Senhora deseja é fazer acordar a França, berço de tantas revoluções, e tirá-la da letargia moral, do esquecimento de Deus, do rechaço dos Mandamentos a que ela tinha sucumbido. Diante deste triste panorama, Nossa Senhora se apresenta em La Salette como uma bela Senhora que, em prantos e soluços, revela que a sociedade, devido sobretudo à sua impiedade, à sua desobediência aos mais fundamentais dos Mandamentos — os da primeira tábua —  tem sido castigada; as instituições se degradam, os campos já não dão fruto, a fome invade as casas, as famílias se desfazem. E isto, como dito, por causa não tanto dos pecados sociais — adultérios, homicídios, furtos, cobiça… —, quanto das blasfêmias, dos juramentos vãos, do desprezo pela Santa Missa, da desobediência ao descanso dominical, da mundanidade no clero, da indiferença dos fiéis etc. Nossa Senhora prediz ainda maiores castigos, devidos à nossa indolência espiritual, e revela o quão irracionais nos tornamos, degradados abaixo de nossa própria natureza, quando damos as costas Àquele que, sendo a Verdade, é fonte de todo bem, de toda ordem, de toda beleza. Que nós, leigos e sacerdotes, que sabemos que a finalidade de nossa vida sobre a terra não é senão amar e servir a Deus, desprezemos a mentalidade do mundo, tão avessa aos bens do espírito, e ordenemos toda a nossa existência — em seus menores e mais “insignificantes” detalhes — Àquele que é nosso Princípio e Fim, Autor e Criador, Pai e Amigo, Senhor e Salvador. — Nossa Senhora de La Salette, rogai por nós!

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