Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 1-12)
Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.
Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.
Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.
É com grande alegria que comemoramos hoje a memória de S. Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Proclamada Doutora da Igreja em 1997 pelo bem-aventurado Papa João Paulo II, S. Teresa de Lisieux ensinou um caminho acessível e seguro a todos quantos, fiéis ao seu compromisso de Batismo, aspiram verdadeiramente à santidade e à glória eterna. Trata-se de sua pequena via, que consiste: a) fundamentalmente, em abandonar-se com a confiança duma criança nos braços misericordiosos de Deus, b) crendo com firme esperança que Ele nos há de conceder todas as graças de que tivermos necessidade para vencer o nosso egoísmo, e c) amá-lO com toda a caridade que pudermos, não pela grandeza externa da obra, mas pela intensidade interior do ato com que O amamos, sobretudo nas pequenas obrigações do nosso dia a dia. Para isso, temos de pôr-nos diante dEle na condição humilde de crianças pequenas, que se sabem incapazes de fazer o que quer que seja sem a presença e o auxílio de seus pais; temos pois de abandonar aquela atitude sobranceira dos orgulhosos; dos que se julgam autossuficientes; dos que, como Lúcifer, amam louca e desordenadamente a própria “excelência”. Pois é somente ao nos rebaixarmos, aceitando que nada somos nem podemos, que o Senhor poderá encontrar espaço em nosso coração para derramar a sua caridade, para fazer de nós os santos que Ele deseja, para nos conceder, enfim, a graça de que precisamos para amá-lO no pouco que podemos fazer com a grandeza com que O amaram os maiores santos e mártires da Igreja. — Recorramos à intercessão de S. Teresinha, a “maior entre os santos modernos”, como lhe chamou certa vez o Papa São Pio X, e lhe peçamos que faça chover sobre nós as rosas da divina graça, a fim de que, plantadas no solo de nossa alma, deem abundantes frutos de amor para a maior glória de Deus.
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