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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10,21-24)

Naquele momento Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir”.

Ao celebrar hoje a memória de S. Francisco Xavier, Padroeiro das missões junto com S. Teresinha do Menino Jesus, a Igreja proclama aquele versículo que resume tão bem a vocação missionária de todo cristão e a necessidade de pregarmos o Evangelho a toda criatura: “Ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Deus, com efeito, quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, e é por isso que oferece a todos e cada um deles graças suficientes à conversão. Isso significa que não há ninguém que esteja excluído dos desígnios salvíficos de Deus nem que possa dizer não ter recebido, de algum modo, todos os auxílios para chegar à salvação eterna. Noutras palavras, todos os seres humanos, estejam onde estiverem, nesta, nas passadas ou nas futuras gerações, têm graça suficiente para converter-se e pedir o Batismo, se quiserem, graça que, por sua mesma suficiência, os torna inescusáveis diante de Deus. No entanto, conforme as disposições de sua Providência, o mesmo Deus altíssimo quer que essa graça seja reduzida ao ato, isto é, que se torne realmente eficaz, por meio da pregação de viva voz dos membros da sua única Igreja. É verdade, sim, que Ele pode muito bem fazer sozinho o que dispôs fazer por meio dos cristãos, mas estes jamais estão autorizados a supor que, de braços cruzados, o mundo há de converter-se magicamente, como se Nosso Senhor houvera instituído a Igreja e lhe imposto o dever de ir ao mundo pregar o Evangelho por simples capricho. Tomemos hoje consciência de que nós temos um dever gravíssimo, do qual se nos pedirão contas no tribunal de Cristo, de ensinar a verdade da doutrina católica aos que a desconhecem e envidar todos os esforços para que muitos se convertam e cheguem conosco ao porto da eterna bem-aventurança.

Oração de S. Francisco Xavier. — “Deus eterno, Criador de todas as coisas, lembrai-vos de que as almas dos infiéis são obras de vossas mãos, e que são feitas à vossa imagem e semelhança. Vede, porém, Senhor, como em desdouro do vosso Nome o inferno se enche destas almas. Lembrai-vos de que Jesus Cristo, vosso Filho, derramou todo o seu Sangue e padeceu morte atrocíssima por elas. Não permitais, pois, Senhor, que o vosso Filho seja por mais tempo desprezado pelos infiéis. Deixai-vos antes aplacar e mover à piedade pelas orações de vossos santos e da Igreja, esposa de vosso Santíssimo Filho. Lembrai-vos da vossa misericórdia e, esquecendo a sua idolatria e infelicidade, fazei que também eles conheçam enfim a Jesus Cristo, Nosso Senhor, que é nossa Salvação, vida e Ressurreição, por quem fomos livres e salvos, a quem seja dada honra, glória e louvor para sempre. Amém”.

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