Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 20, 1-16a)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’
Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’.
Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.
A Igreja celebra hoje a memória do Papa S. Pio X, que no início do séc. XX combateu o conjunto de heresias que ficaram conhecidas como modernismo, uma leitura naturalizante e agnóstica da história sagrada e dos dogmas católicos, despidos de sua origem e índole sobrenaturais e reduzidos, em última análise, à condição “de certa interpretação de fatos religiosos que a mente humana elaborou para si com laborioso esforço” (Decreto “Lamentabili”, de 3 jul. 1907, n. 22). O modernismo, em outras palavras, pretende diluir o sagrado no profano, a graça na natureza, a fé na simples razão, apregoando um cristianismo de caráter não dogmático, ou seja, “um protestantismo amplo e liberal” (Id., n. 65). Um dos frutos mais perniciosos desta heresia, no plano prático, é a mundanização do católico, que se sente quase obrigado a “entrar em diálogo” com filosofias heterodoxas, a fim de se pôr em dia com a mentalidade atual. Desta forma, a Igreja que os modernistas desejam já não nem docente, pois o seu papel não seria mais ensinar e evangelizar o mundo, mas aprender dele, nem missionária, porque é a cultura e os modismos de cada tempo que deveriam fecundar e iluminar a Igreja, e não o contrário. Não há dúvida de que isso nada tem de autêntico catolicismo, senão que é uma sua contrafação e um meio eficacíssimo, não de converter os povos trazendo-os para a luz de Cristo, mas de destruir a Igreja pulverizando-a como uma “religião” a mais entre inúmeras outras. Contra tão perigoso erro, que permanece vivo como nunca, peçamos a intercessão de S. Pio X e aprendamos dele que, como católicos, é nossa missão preservar íntegra e incorrupta a santa fé católica e transmiti-la, sem acréscimos nem adulterações, a quantos ainda jazem na sombra do erro e da morte. — S. Pio X, rogai por nós!
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