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O fundamento e a fonte da eficácia do nosso Batismo

Com o Batismo do Senhor, todas as águas batismais foram santificadas; e, graças a isso, quando somos batizados, a água, sinal visível do Espírito Santo, faz com que sejamos resgatados da condição de meras criaturas e elevados à dignidade de filhos de Deus.

Texto do episódio
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Celebramos hoje a Festa do Batismo do Senhor. Ontem, com a Solenidade da Epifania, concluímos o Tempo do Natal e iniciamos agora o Tempo Comum, este caminho que nos conduzirá até a Quarta-feira de Cinzas, com a Quaresma.

O que significa a celebração do batismo de Jesus, abrindo este Tempo Após a Epifania? Nós fomos batizados para que acontecesse alguma coisa diferente em nós. Jesus, ao contrário, foi batizado para que Ele mesmo pudesse transmitir santidade ao nosso batismo. Com o seu batismo, Nosso Senhor santificou todas as águas batismais. Por isso, quando somos batizados, a água nos transforma: ela é o sinal visível de uma ação invisível, realizada pelo Espírito Santo. Quando Jesus é batizado, são as águas que são transformadas. Não é mais mera água, mas um sinal de Jesus que nos batiza.

É importante notarmos que, com o batismo de Jesus, acontece a manifestação, a epifania da Santíssima Trindade (é por isso que celebramos próximas essas duas festas). Isto é, aquilo que Nossa Senhora já sabia é revelado também para todo o povo: Deus é um só, mas Ele não é sozinho. De repente, “os céus se abrem” — quer dizer, os segredos eternos de Deus são revelados, e a voz do Pai diz: “Eis o meu Filho”, e o Espírito Santo paira como uma pomba (cf. Mc 1, 7-11). É a revelação da Trindade. Por isso, nós somos batizados “em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo”.

O batismo de Jesus é aquele que fundamenta o nosso próprio batismo. Ao descer nas águas, Jesus as santifica; ao sair delas, os céus se abrem e, então, o nome de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, é revelado — e é neste nome que nós somos batizados. Celebramos, portanto, essa grande revelação de Deus, que nos quer participando do mistério da Santíssima Trindade. No Céu, veremos a glória do Pai, a glória do Filho, a glória do Espírito Santo. É para isso que nascemos e somos chamados; é a razão de ser da nossa vida: viemos a este mundo para participar da felicidade do Pai, da felicidade do Filho, da felicidade do Espírito Santo.

Uma vez que somos batizados, Deus planta dentro de nossa alma a semente dessa glória, dessa maravilha divina que irá germinar, brotar e frutificar plenamente no Céu. Então, celebrar o batismo de Jesus é celebrar tudo isso.

Há muitas coisas sobre as quais poderíamos refletir rica e frutuosamente. Foquemos em somente uma, que gostaria que levássemos para casa como nossa meditação no dia de hoje para a transformação de nossa vida espiritual. Nós temos verdadeiramente, dentro de nós, uma grande alegria e gratidão a Deus por sermos batizados? Aliás, sabemos a data de nosso batismo? Comemoramos esta data? Deixe-me dizer: de nada adiantaria termos nascido, se não tivéssemos a graça de ser batizados. Nós estamos numa cultura que, infelizmente, não é mais tão cristã. Celebramos muito o aniversário de nascimento, e não o dia do batismo; mas paciência, continuemos celebrando, não vamos mudar isso. Interiormente, porém, deveríamos ter o dia do batismo como o nosso grande dia.

Os poloneses, que têm uma linguagem um pouco mais rude, dizem assim: “Aniversário as vacas também têm, mas batismo só os cristãos”. É uma forma de dizer que, pelo batismo, somos chamados a participar da vida divina. Não adianta nascermos somente aqui neste mundo. Precisamos nascer para Deus. Por isso, é necessária a reflexão: — Na sua casa, há crianças sem batizar? Há pessoas que ainda não foram batizadas? Se já são adultos, se já passaram dos sete anos, estão na idade da razão e precisam ser catequizados para serem batizados. Quem já tem uma criança com sete, oito, nove anos para batizar precisa catequizá-la, pois a partir dos sete anos ela já começou a pecar conscientemente, e precisa se arrepender de seus pecados. O batismo perdoa os pecados, mas se a criança não for catequizada, ela não saberá se arrepender para ser batizada. Então, é preciso que haja uma mínima instrução a respeito dessa realidade.

Pergunto também àqueles que já batizaram seus filhos: estão educando esses filhos nessa fé? E quanto aos padrinhos e madrinhas de batismo, estão acompanhando com oração, com exemplo, com sua presença os seus afilhados e afilhadas? Todos esses são pontos de reflexão para levarmos para casa: “Como estou vivendo o meu batismo? Como estou vivendo o batismo na vida da minha família, das pessoas que estão mais próximas de mim?” É uma grande alegria para nós celebrarmos o batismo do Senhor, no qual nosso batismo tem o seu fundamento e a sua eficácia!

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