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O jejum nas sextas-feiras da Quaresma

Para jejuar, é preciso ficar sem comer em absoluto? Por que, quando nos abstemos de carne, está liberado comer peixe? Nesta homilia, Padre Paulo Ricardo explica, através de dicas práticas, com que espírito se deve viver o jejum nas sextas-feiras da Quaresma.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 14-15)

Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.

Toda sexta-feira do ano, quando não é solenidade, é dia de abstinência de carne, ou seja, dia de fazer penitência. E isso deve ocorrer de forma ainda mais especial nas sextas-feiras da Quaresma. Por isso, embora tenhamos saído de um dia de jejum e abstinência, que foi a Quarta-feira de Cinzas, hoje podemos e devemos intensificar a nossa penitência.

Jesus, no Evangelho de hoje, fala sobre o jejum e, portanto, nós podemos também realizá-lo nesta sexta-feira. Há algumas dicas para vivermos o jejum de forma bastante prática na Quaresma. Em primeiro lugar, não existe somente o jejum absoluto, já que nem todos conseguem fazê-lo por razões como um trabalho exigente, um trabalho braçal ou um esforço físico durante o dia, que precisa claramente de energia, ou quando a pessoa sofre de algum problema de saúde, como pressão baixa ou hipertensão.

Logo, existem outros jeitos de se fazer essa penitência, como deixar de comer o tanto que gostaríamos; ou ainda, deixar de comer alimentos saborosos e alimentar-se só de salada e verduras, alimentos que não dão muito tempo de saciedade, assim como o peixe. 

Muita gente pergunta por que se pode comer peixe nos dias de abstinência, mas não carne de gado ou carne de frango. A razão é que o peixe é um alimento de fácil digestão, que a pessoa come e, logo depois, já está com fome. É diferente de comermos um churrasco, que ficamos digerindo pelo resto do dia, e a fome nunca vem.

É uma forma de acrescentar um pouco de desconforto para que, através desse pequeno sofrimento, aprendamos a transformar a dor em amor. Não precisamos ser uma espécie de faquir, que sabe fazer o seu corpo passar por duros sofrimentos, como deitar-se numa cama de pregos. Trata-se de nós, através de uma pequena penitência e das pequenas cruzes dela decorrentes, aprendermos a abraçar a grande cruz da vida e do amor. 

Então, saibamos fazer um jejum moderado nas sextas-feiras, conforme a nossa possibilidade. Porém, é claro que podemos fazer um jejum mais rigoroso se tivermos saúde para isso. O que a Igreja quer não é prejudicar nosso corpo ou tirar nossa energia, de que precisamos para cumprir a nossa missão ou até mesmo para amar a Jesus na prática, mas, sim, que nos unamos à Paixão de Cristo, de forma que contrariemos as vontades do corpo, porque só assim o Espírito Santo irá mandar na alma, e a alma, por sua vez, irá mandar no corpo. 

Essa é a hierarquia adequada, para combater a desordem causada pelo pecado, em que o corpo manda na alma, e a alma expulsa o Espírito Santo da nossa vida. Precisamos, pois, dar lugar ao Espírito de Amor, unindo-nos ao jejum que o próprio Cristo realizou nos seus quarenta dias no deserto.

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