O milagre que levou os videntes de Fátima, Jacinta e Francisco, à glória dos altares aconteceu no Brasil, em Juranda, cidade do interior do Paraná. Tudo começou na tarde de domingo, do dia 3 de março de 2013, quando o menino Lucas, então com cinco anos, brincava na sala da casa de seus avós, um sobrado de dois andares: ao apoiar-se sobre uma janela de vidro, que julgava estar fechada, ele caiu de uma altura de quase 7 metros, o que lhe causou uma fratura no crânio e perda de massa encefálica.
Diante de um quadro tão grave, os pais do menino, João Batista de Oliveira e Lucila Yuri, imediatamente o levaram ao hospital, onde os médicos lhe prestaram os primeiros socorros e advertiram a família sobre o seu estado clínico. Naquela mesma tarde, ele ainda sofreu duas paradas cardíacas. A situação indicava que Lucas morreria logo ou permaneceria em estado vegetativo por muito tempo.
Nesse caso, só restava à família uma única esperança: a oração.
Os pais de Lucas, bons devotos de Nossa Senhora de Fátima, resolveram suplicar a intercessão das monjas carmelitas da cidade de Campo Mourão (PR). Mas, dado o prognóstico médico do menino, a irmã que recebeu o telefonema achou que devesse rezar pelo conforto dos familiares e, dessa maneira, acabou não avisando as demais religiosas sobre o caso. Nesse ínterim, outra irmã, também muito devota de Nossa Senhora de Fátima, teve um sonho com o Beato Francisco, que aparecia sentado sobre o túmulo de uma criança. A irmã entendeu, assim, que deveria rezar por aquela alma.
A saúde de Lucas seguiu em declínio naqueles dias, e os médicos o mantiveram em coma induzido. Seus pais tornaram a ligar para o carmelo de Campo Mourão, suplicando por mais orações. Dessa vez, a comunidade ficou sabendo do pedido e a irmã que havia sonhado com o Beato Francisco entendeu que aquela criança do túmulo poderia ser o Lucas. Logo, no dia 7 de março, enquanto preparava o material litúrgico para a Missa, ela notou que o chaveiro da chave do sacrário tinha um ícone do Imaculado Coração e dos beatos Jacinta e Francisco. E ali, diante do tabernáculo, ela se ajoelhou e fez uma simples oração: “Jacinta e Francisco, curem o Lucas, por favor”.
Para surpresa de todos, no dia 9 de março, um sábado, o menino Lucas apresentou uma melhora espantosa, saindo do coma totalmente recuperado. Depois, ele foi retirado da UTI e recebeu alta na segunda-feira, dia 11 de março, para a perplexidade de toda a equipe médica. Ele não teve nenhuma sequela.
Os bastidores desse milagre estrondoso dos videntes de Fátima devem nutrir um novo ardor em nossa alma. A irmã que intercedeu por Lucas recorda que, no início de sua vocação, teve presente uma frase muito valiosa de Santa Jacinta: “Se eu pudesse meter no coração de toda gente o lume que tenho cá dentro do peito a queimar e fazer gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria”... Trata-se de algo que devemos pedir insistentemente em nossas orações.
É bom lembrar, além disso, que o reconhecimento desse milagre se deu justamente quando os dois países, Brasil e Portugal, viviam um ano mariano. E é promessa de Nossa Senhora que o dogma da fé jamais morreria em terras portuguesas, promessa que podemos estender também ao nosso país, dada a relação íntima entre a nossa história e a de Portugal. Deus, inegavelmente, deseja reavivar a fé da nossa gente, manifestando o seu poder extraordinário na cura de uma criança. Cabe a nós, agora, não ter dura cerviz, como os fariseus diante da ressurreição de Lázaro, e permitir que Nosso Senhor tenha acesso à nossa intimidade, para que sejamos todos santificados por sua graça.
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