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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 16, 12-15)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará.

Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.

Nos versículos que hoje nos são propostos pela Igreja descrevem-se algumas das operações que o Espírito Santo irá realizar nos Apóstolos, após o seu envio em Pentecostes:

V. 12. “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos”, isto é, estas coisas que vos disse até agora, depois de todos esses anos de ministério público, requerem maiores explicações e aprofundamentos, e existem, além disso, alguns mistérios e verdades que ainda não vos revelei; contudo, “não sois capazes de as compreender agora”, devido à pequenez de vossa fé e à fragilidade do vosso amor. Por isso, tendes necessidade da luz do Espírito Santo, que vos hei-de enviar, para que recebais, quando estiverdes prontos, tudo o que vos quis ensinar e o possais compreender e experimentar para além da superfície.

V. 13. “Quando […] vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade” (‘ὁδηγήσει ὑμᾶς ἐν τῇ ἀληθείᾳ πάσῃ’, isto é, os introduzirá no caminho que leva a todas aquelas verdades de que se falou no v. 12), ou seja, à plenitude da Revelação. “Ele não falará por si mesmo”, tal como os pseudoprofetas, que falam movidos por um falso espírito, anunciando aos homens, não o que é inspirado por Deus, mas suas próprias ideias e conceitos. Estas palavras assemelham-se às que Jesus tinha dito noutras ocasiões, referindo-se à doutrina que o Pai o mandara ensinar: “A minha doutrina não é minha” (Jo 7, 16); “as palavras que vos digo não as digo de mim mesmo” (Jo 14, 10). O Espírito, portanto, “dirá tudo o que tiver ouvido”, à semelhança de um missionário, que não fala de si mesmo, mas do que escutara de quem o enviou; “e até as coisas futuras vos anunciará”, isto é, ele não só vos iluminará, senão que acrescentará em vós o carisma da profecia (cf. At 11, 28; 20, 29; 21, 11).

V. 14. Os Apóstolos, porém, não devem pensar que o Espírito se há-de glorificar a si mesmo, deixando o nome de Cristo em segundo plano; antes, pelo contrário, “ele me glorificará” a mim, isto é, defenderá a minha causa, procurará a minha glória; “porque receberá do que é meu”, ou seja, dado que ele procede de mim e virá em meu nome, o Espírito ensinará a minha doutrina, e não outra; realizará as minhas obras, e não as de outrem.

V. 15. Como o Senhor tivesse dito, alguns versículos antes (cf. Jo 15, 26), que o Espírito procede do Pai, poderiam soar estranhas estas suas palavras: “receberá do que é meu”; no entanto, para resolver essa aparente contradição, Ele acrescenta logo em seguida: “Tudo o que o Pai possui é meu”, isto é, tanto a essência quanto os bens que dimanam da essência divina; “por isso, disse que” etc., ou seja, daqui se deduz claramente que, se o Pai é princípio do Espírito, e se o Filho tem em comum tudo o que pertence a seu Pai, segue-se que tanto o Pai quanto o Filho constituem um único princípio eterno de espiração do Espírito Santo, como foi definido solenemente pela Magistério da Igreja contra os que negam a cláusula Filioque.

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